segunda-feira, 7 de julho de 2014

Bariátrica e Ossos Fracos



Perda de peso e de densidade óssea após cirurgia de bypass gástrico



A cirurgia bariátrica não apenas leva à perda de peso, mas também de densidade óssea, que continua a diminuir por pelo menos dois anos após a estabilização do peso, de acordo com pesquisadores americanos. Estes achados estavam presentes no encontro conjunto da Sociedade Internacional de Endocrinologia e da Sociedade Endócrina: ICE/ENDO 2014, em Chicago.

Para o estudo, pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, compararam a densidade óssea na coluna lombar e quadril em 50 adultos muito obesos; 30 dos quais passaram por cirurgia bariátrica e 20 perderam peso de modo não cirúrgico, mas eram semelhantes aos pacientes cirúrgicos. Após a cirurgia, quase todos os pacientes receberam suplementação de cálcio e altas doses de vitamina D.

Dois anos mais tarde, a densidade óssea era cinco a sete por cento mais baixa na coluna e sete a dez por cento mais baixa no quadril no grupo cirúrgico em comparação com o grupo controle não cirúrgico, conforme mostrado por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA) e tomografia computadorizada quantitativa (TC). Além disso, os pacientes cirúrgicos tinham aumentos substanciais e persistentes nos marcadores de reabsorção óssea.

A perda óssea nos pacientes cirúrgicos ocorreu apesar de eles não estarem mais perdendo peso no segundo ano após a cirurgia e apresentarem níveis séricos estáveis de cálcio e vitamina D. Sendo assim, a causa da perda óssea provavelmente não estava associada à perda de peso propriamente dita, especulam os autores. "A questão é: quando a perda óssea vai parar? Ao longo do tempo, isto pode se tornar um problema em termos de fraturas," disse a autora do estudo Elaine Yu.

Os pesquisadores planejam investigar possíveis causas da perda óssea observada. Yu especulou que as principais alterações nos hormônios gastrointestinais e adiposos, que ocorrem quase imediatamente após a cirurgia bariátrica, poderiam afetar os ossos.


FONTE: UNIVADIS


Nota do NEFROADVEN:

O tratamento da obesidade mórbida por meio de cirurgia para emagrecer, a conhecida bariátrica, surgiu por volta da década de 1950 e chegou ao Brasil em 1970, tendo se difundido no início dos anos 90. Considerada relativamente recente, este tipo de tratamento é bastante controverso na medicina, especialmente após a divulgação de trabalhos relatando uma série de problemas relacionados ao período pós-cirúrgico. Ainda mais se considerarmos o trabalho de alguns médicos contrários a esse tipo de prática, os quais demonstram que um trabalho multiprofissional é tão eficaz na redução de peso quanto a cirurgia gástrica, com a vantagem de propiciar um emagrecimento natural e sem efeitos colaterais.

Após a segunda década de prática no Brasil, a cirurgia para emagrecer já acumula diversos problemas e caminha a passos largos para ser considerada um procedimento restrito para poucos casos que, sabidamente, manifestarão efeitos colaterais variados, muitas vezes graves.

Cada vez mais, fica claro que o problema não está no estômago ou no intestino, e sim na cabeça, na psique. É muito mais um problema psicológico do que físico. A medicina há de compreender isso, doravante, muito mais profundamente. 

Mário Lobato.


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