Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos
EUA, testaram um medicamento chamado suramina, sintetizado em 1916 e conhecido
por tratar a doença do sono africana, e descobriram que uma única dose do
remédio reduziu os sintomas do autismo em camundongos adultos. Os
resultados foram publicados na revista científica “Translational Psychiatry”.
Segundo os pesquisadores, a
semelhança entre o autismo e outras enfermidades que produzem resposta imune é
a chave da reversão do distúrbio. Quando há ameaças às células – como vírus,
bactérias ou substâncias químicas poluentes, por exemplo -, elas reagem defensivamente,
endurecendo suas membranas e diminuindo a comunicação entre si. Isso é
conhecido como resposta de perigo celular, reação geralmente temporária.
Um dos principais fatores que
contribuem para o autismo é essa mesma falha de comunicação entre as células,
que ocorre devido a uma resposta imune que limita a transferência de adenosina
trifosfato (ATP) e de compostos derivados.
“As células se comportam como países
numa guerra. Quando a ameaça começa, elas endurecem as fronteiras. Mas, sem uma
constante comunicação do lado de fora, as células começam a funcionar de
maneira diferente. No caso dos neurônios, eles fazem menos ou mais conexões.
Uma forma de entender o autismo é que, quando as células param de se comunicar,
as crianças param de falar”, explicou o principal autor do estudo, Robert
Naviaux, professor de Medicina pela universidade.
A suramina, por sua vez, foi capaz de
interromper a resposta de perigo celular e, com isso, reverter os sintomas
autistas.
Segundo Naviaux, ainda é cedo para
comemorar uma cura para o distúrbio. Testes em humanos ainda estão longe de
ocorrer. Primeiro, é preciso ter certeza da segurança da droga para esse tipo
de uso.
Por outro lado, ele celebrou o fato
de uma única dose ter sido capaz de reverter os sintomas. Isso significa que
não seria necessário o uso crônico do remédio.
“Obviamente que corrigir as
diferenças de uso em camundongos e humanos é um longo processo, mas pensamos
que essa abordagem é uma nova e fresca maneira de pensar sobre o desafio do
autismo” defendeu.
Fonte: VERDADE
GOSPEL
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