Recentes casos de
demolição de igrejas e destruição de estátuas que evocavam passagens da vida de
Cristo reacenderam o alerta contra a perseguição a cristãos na China. A cidade
de Wenzhou, na província de Zhejiang, costa leste do país, é conhecida como ‘Jerusalém
da China’, e tem sido o foco das ações. No entanto, cristãos temem que uma
campanha nacional esteja sendo preparada, em uma tentativa de barrar o
crescimento do cristianismo no país.
“Ainda não está claro se isso é o início de uma campanha mais ampla
contra o cristianismo. No entanto, o que aconteceu em Zhejiang deve ter ao
menos a aprovação tácita do governo central”, acredita Fenggang Yang, diretor
do Centro de Religião e Sociedade Chinesa da Universidade Purdue. “Nos últimos
anos, as autoridades comunistas ficaram mais assustadas com o rápido
crescimento do cristianismo”.
O professor Yang, autor de Religião na China: Sobrevivência e Ressurgimento
sob o Domínio Comunista’, afirma que o crescimento do cristianismo foi rápido
nas últimas três décadas, com média de 10% ao ano desde 1980. O número de
católicos desde então passou de 3 milhões para 9 a 12 milhões em 2010, enquanto
o número de protestantes saltou de 3 milhões para ao menos 58 milhões em 2010,
ou 4,3% da população chinesa, segundo o Pew Research Center.
O instituto ressalta que saber com precisão quantos cristãos há na China
é tarefa dificultada pelo fato de que muitos frequentam igrejas clandestinas.
Por outro lado, acrescenta que até pouco tempo atrás, poucos pesquisadores
sabiam se a religião havia sobrevivido à Revolução Cultural desencadeada por
Mao Tsé-tung nos anos 60. Agora sabe-se que milhões de chineses têm alguma fé religiosa.
“Nos últimos trinta anos, a sociedade chinesa tem vivenciado um momento
de abertura e o governo se deu conta de que teria de tolerar, até certo ponto,
a liberdade dos indivíduos”, pontua Feng Wang, professor de sociologia da
Universidade de Michigan especializado em China. Essa abertura – iniciada por
Deng Xiaoping no final de década de 1970 e ao longo dos nos anos 1980 –
propiciou o uso limitado da internet e o abandono do marxismo como ideologia
oficial, por exemplo. “Nesse contexto, muitas pessoas na sociedade chinesa
decidiram buscar uma zona de conforto espiritual (…) O governo tem consciência
que não pode suprimir esse desejo. Contudo, o que o governo não entende, não
autoriza e, mais ainda, teme é a criação de organizações religiosas”.
Numa democracia funcional, as religiões também têm um papel de coesão
social e são regidas por instituições estruturadas que podem, eventualmente, se
contrapor aos governos e criticar os governantes. E isso é tudo que Pequim não
deseja. “O Partido Comunista não pode tolerar qualquer outra organização que
não seja a do próprio partido. Admitem a prática religiosa, desde que esteja,
de alguma forma, atrelada ao Estado. Tanto que a China não reconhece o
Vaticano. E, inclusive, é o próprio partido que determina quem serão os bispos
e padres”, lembra Wang.
A Associação Católica Patriótica Chinesa, versão da Igreja que segue os
preceitos do Partido Comunista, sempre viveu em conflito com o Vaticano, que
não reconhece os padres e bispos nomeados pela associação. A Constituição de
1982 permite o culto a cinco religiões, mas proíbe qualquer influência
estrangeira.
No caso das recentes ações em Zhejiang, o professor Fenggang Yang aponta
uma motivação política para as medidas extremas destinadas a controlar o
crescimento do cristianismo: a ânsia dos líderes provinciais em impressionar o
presidente Xi Jinping e, desta forma, subir na hierarquia comunista.
O governo chinês tenta justificar a recente onda de demolições – que já
deixou ao menos seis locais de culto completa ou parcialmente demolidos,
segundo o jornal britânico Daily Telegraph – dizendo que os prédios vieram
abaixo porque havia irregularidades nas construções. O especialista de Purdue
rejeita o argumento: “O fato é que muitos prédios governamentais, comerciais e
outras construções religiosas também violaram regras, mas até aqui a maior
parte dos grandes prédios demolidos eram igrejas cristãs. Mais do que isso, não
há nenhuma justificativa legal para tirar cruzes de igrejas ou cortar a luz de
igrejas à noite. Que tipo de regra as cruzes ou as luzes violaram? O alvo
claramente são as igrejas cristãs”.
FONTE: Verdade Gospel
Nota do NEFROADVEN:
O Brasil ainda está livre deste tipo de perseguição aberta. Todavia, segundo a Bíblia, haverá uma intensa perseguição de proporção mundial jamais vista a ponto de abalar a fé de muitos
(Mt 24).
Oremos a Deus para Ele nos dar forças para ficarmos
firmes ante à tentação de negá-lo perante os Seus inimigos!
Será que alguém ainda tem dúvidas se a perseguição chegará por aqui?
Será que alguém ainda tem dúvidas se a perseguição chegará por aqui?
Mário Lobato
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