sexta-feira, 13 de março de 2015

Pesquisadores dos EUA desenvolvem vacina contra dependência à nicotina



A dependência à nicotina e a cigarros não só é desagradável como também representa um risco para a saúde. Após estudos clínicos de vacinas sem sucesso realizados há alguns anos, atualmente existem cientistas dos EUA que estão trabalhando em uma nova vacina que poderá ajudar fumantes a superarem sua dependência. O estudo foi publicado no “Journal of Medicinal Chemistry”.

A vacina destina-se a fazer com que o sistema imune trate a nicotina como um invasor estranho. Para isso, os médicos ligam determinados derivados da nicotina (haptenos) a proteínas transportadoras maiores, usadas também em outras vacinas. O corpo reage produzindo anticorpos que se ligam especificamente a moléculas da nicotina, impedindo assim que entrem no sistema nervoso central. Assim, a nicotina não chega ao cérebro e não existe resposta de recompensa, tornando as recidivas menos tentadoras.

A nicotina possui duas manifestações diferentes, uma versão direita e uma versão esquerda. De acordo com os pesquisadores do The Scripps Research Institute em La Jolla (Califórnia), o problema com a vacina sem sucesso foi devido ao fato de a pesquisa não ter se concentrado na versão mais comum, a esquerda, responsável por 99% da nicotina existente no tabaco, tendo se concentrado em formar anticorpos contra ambas as versões. Apenas 30% dos pacientes reagiram conforme previsto.
No estudo atual, os pesquisadores testaram três versões diferentes: uma vacina apenas com haptenos do lado direito, uma apenas com haptenos do lado esquerdo e uma terceira com uma mistura 50-50. Essas três versões foram repetidamente injetadas em um grupo de ratos por 42 dias. Em comparação com a vacina com haptenos do lado direito, os ratos que receberam a vacina com haptenos do lado esquerdo produziram quatro vezes mais anticorpos. A versão mista foi 40% menos eficaz do que a versão esquerda.

“Isso mostra que as vacinas do futuro devem se concentrar na versão esquerda”, afirmou Jonathan Lockner, o autor principal. Os autores acreditam que considerar o lado das moléculas pode ser uma estratégia importante para desenvolver vacinas contra outras substâncias aditivas.

Fonte: MSD


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