segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Barulho Engorda?



A obesidade é uma doença que vem crescendo no mundo e hoje já se tornou epidêmica, principalmente nos países ocidentais onde a facilidade de acesso aos chamados “Junk foods” (Comidas lixo) predomina nas grandes cidades, assim como a falta de tempo para a prática de exercícios físicos sob estresse constante.

Principal fator de risco independente para doença cardiovascular (DCV), a obesidade tornou-se alvo de estudos na busca de redução do número de pessoas afetadas. É doença multifatorial e hoje já não respeita classe social, idade ou gênero. O açúcar é seu principal combustível e o sedentarismo seu conselheiro.

Na prática médica, a circunferência abdominal é um importante dado clínico indicativo de aumento do risco da pessoa desenvolver doença cardiovascular, sendo 88cm para as mulheres e 102cm para os homens a circunferência limítrofe para o incremento no risco de DCV. Com base nisso, diversos trabalhos têm sido desenvolvidos na busca de relacionar situações de meio ambiente e obesidade.

Recentemente, um trabalho realizado na Suécia apontou que morar perto de um aeroporto aumenta a circunferência da cintura devido ao estresse provocado pelo barulho.

A pesquisa estabeleceu a relação entre a saúde de 5 mil moradores da região de Estocolmo, acompanhados entre oito e dez anos, e o nível sonoro em seus domicílios.

Seis cientistas do Instituto Karolinska, especializados em medicina ambiental, medicina molecular e endocrinologia, concluíram que à medida que o barulho dos aviões aumentava no dia-a-dia das pessoas, mais riscos elas corriam de ganhar barriga.

— Trata-se de um acréscimo correspondente a 1,5 cm por cada aumento de cinco decibéis no nível sonoro — explicou a cientista que coordenou a pesquisa, Charlotta Eriksson.

O acúmulo de gordura se deve ao aumento dos hormônios de estresse, principalmente o cortisol, produzido em maior quantidade quando o ruído ambiental é elevado.

— A obesidade abdominal é um fator de risco tanto para as doenças cardiovasculares e para o diabetes, e como uma parte importante da população está exposta diariamente a níveis sonoros altos produzidos pelos meios de transporte, o ruído, portanto, poderia ter efeitos para a saúde mais sérios do que pensávamos — acrescentou ela.


Environmental Health Perspectives


Nota do NEFROADVEN

Sob estresse, o organismo produz diversos hormônios que o deixam sob alerta, com o objetivo de protegê-lo de algum perigo ou situação de risco. Quando este estresse é constante, os mesmos hormônios que tinham a missão protecionista, passam a causar-lhe desgaste celular e estimulam a produção de substâncias que aceleram o envelhecimento e a morte celular.
Não foi citado no estudo mas, talvez, um dos hormônios protetores que tenham sido prejudicados em sua formação nos pacientes estressados dos arredores do aeroporto seja a Melatonina, protetora e restauradora do organismo, produzida, principalmente, à noite sob efeito do silêncio e da escuridão. A melatonina regula o sono e é necessária para um sono reparador.
Durante o dia, o organismo libera endorfinas e outros hormônios para estimular o homem a produzir trabalho e obras incríveis. Durante a noite, como se fora por um milagre (e de fato o é), o organismo produz outros tipos de hormônios para fazer o homem descansar de todas as suas atividades que fizera ao longo do dia. E dia após dia, essa situação se repete. Todos os dias, manifestamos o milagre do despertar e do sono reparador. Não é à toa que o sono é uma das melhores e mais eficientes terapias que existem para muitas doenças. Não é de se esperar que o milagre do sono tenha sido criado por Deus.

Mário Lobato


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