O maior estudo (PURE) sobre a relação entre a ingesta de
sódio (sal) versus mortalidade e eventos (problemas) cardiovasculares foi
publicado na semana passada no The New England Journal of Medicine, o qual revelou
uma relação direta e proporcional entre um alto consumo de sal e mortalidade
geral e por problemas cardiovasculares. Este estudo foi uma espécie de
continuação parcial em proporções gigantescas do estudo “Intersalt” que frustrou
diversos especialistas quando revelou que não havia uma relação muito clara
entre a ingesta de sal e morbimortalidade.
O estudo envolveu mais de 150 mil pessoas dos cinco continentes
e de diversas situações político-
econômicas (países desenvolvidos e
subdesenvolvidos), mostrando uma alta taxa de mortalidade e de problemas
cardíacos quando há consumo exagerado de sal (> 6g por dia). Para surpresa
de muitos, este trabalho multicêntrico revelou que há um aumento na mortalidade
quando o consumo é muito baixo de sal (< 3g por dia). A mortalidade se
mostrou baixa entre aqueles que consumiam sal de maneira adequada entre 3 a 6
gramas por dia. Apresentaram, também, alta mortalidade aquelas pessoas que
ingeriam baixa quantidade de potássio presente nas frutas e verduras.
Gráfico mostrando o aumento da mortalidade e de problemas cardiovasculares
devido alta ou baixa ingesta de sal
A América do Sul consome cerca de 17% de sal acima do considerado seguro que é entre 3 e 6g/dia, estando o Brasil entre os países que mais consome sal. Entretanto, os países asiáticos, em especial a China, consome quase o dobro: 30% de sal acima da faixa saudável.
A ciência, mais uma vez, prova que os bons hábitos
alimentares estão diretamente relacionados com bem estar e longevidade e nessa
era da informação fica mais fácil seguir o caminho correto.
FONTE: NEJM
Mário Lobato
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