O presidente dos EUA, Barack Obama, discutiu
nesta terça-feira “protocolos de isolamento rigorosos” com o chefe do Centro de
Controle de Doenças para limitar o risco de mais casos de Ebola no país
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças
dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) confirmou nesta terça-feira (30) o
primeiro caso de ebola diagnosticado em território americano. Trata-se também
da primeira vez em que esta cepa da doença é diagnosticada fora da África.
O paciente está internado em uma área de
isolamento no Hospital Presbiteriano de Dallas, no Texas. De acordo com o CDC,
ele viajou da Libéria — um dos países mais atingidos pelo ebola — aos Estados
Unidos para visitar familiares que vivem no país. O indivíduo desembarcou no
dia 20 de setembro, começou a manifestar os sintomas no dia 24, procurou ajuda
médica no dia 26 e foi internado no domingo (28) com suspeita de ebola. O
diagnóstico, confirmado na tarde desta terça-feira, é “altamente confiável”,
afirmou Thomas Frieden, diretor da entidade, em entrevista coletiva.
Contágio
Frieden enfatizou que o vírus é transmitido
pelo contato direto com fluidos corporais da pessoa contaminada, e apenas na
fase em que os sintomas se manifestam. O CDC está identificando familiares e
outras pessoas com as quais o paciente teve contato durante o período
contagioso da doença. Essas pessoas serão monitoradas por 21 dias e, se
manifestarem sintomas, serão colocadas em isolamento.
O diretor do CDC não forneceu informações
sobre a nacionalidade do paciente, motivo da viagem à Libéria, estado de saúde
e tratamento, por “respeito à sua privacidade”. Ele tampouco respondeu se o
indivíduo viajou em um avião comercial. “A doença não era contagiosa quando a
pessoa viajou aos Estados Unidos. Por isso, o risco de transmissão aos outros
passageiros é zero”.
A atual epidemia de ebola na África infectou
até agora mais de 6.500 pessoas, das quais pelo menos 3.000 morreram, de acordo
com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Guiné, Libéria e Serra Leoa são os
países mais afetados. A agência alerta que o número de casos pode crescer
exponencialmente, com mais de 20.000 infectados até o começo de novembro, se
novas medidas não forem adotadas para conter o vírus.
Americanos
Outros três americanos infectados com ebola
foram tratados — e curados — nos Estados Unidos. Os médicos Kent Brantly e Rick
Sacra a missionária Nancy Writebol contraíram a doença na África e foram
repatriados já contaminados. No caso anunciado, no entanto, o paciente recebeu
o diagnóstico nos Estados Unidos.
Vacina
Na semana passada, a OMS informou que milhares de
doses de vacinas experimentais contra o ebola devem estar disponíveis nos
próximos meses a profissionais da saúde e outras pessoas que
tiveram contato com doentes. Nenhuma vacina ainda se mostrou segura ou
eficiente em humanos, por isso, mais testes têm sido feitos para garantir que
as substâncias não são prejudiciais às pessoas.
A OMS tem priorizado o uso de sangue de
sobreviventes do ebola e diz que novos estudos são necessários para determinar
se a medida pode ajudar pessoas infectadas pelo vírus. Essas transfusões de
sangue já foram feitas em escala menor, como em um médico americano que se
infectou na Libéria e foi curado.
FONTE: VEJA e VG
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