segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O brasileiro não quer escola



O brasileiro não reconhece a escola como elemento importante na formação da cidadania. O sistema de educação básica aparece em penúltimo lugar - atrás apenas do Judiciário - em avaliação da contribuição das instituições para formação e disseminação dos valores cívicos feita em pesquisa da CPM Research com 1.110 entrevistados. A família aparece em primeiro lugar, seguida da universidade, da mídia, da polícia e do Ministério Público. O estudo será apresentado nesta quarta-feira no Encontro Internacional do Ciclo Educação para o Futuro, na PUC-SP. Segundo o estudo, feito com habitantes das cinco regiões do país no início deste mês, os brasileiros não admitem ter deficiências na formação sobre o assunto. A maioria se considera cidadão ativo por ter consciência de seus direitos e deveres.

- As manifestações de junho de 2013 mostraram a nossa incapacidade no que diz respeito à cidadania ativa. Cada um saiu de casa com o seu cartaz, dizendo o que era importante para si, mas sem estar organizado. Isso vem de uma falta de formação no ensino básico, que não nos ensina sobre nossos direitos e deveres como cidadãos - avalia Oriana Monarca White, diretora da CPM Research e membro do Núcleo de Estudos de Futuro (NEF) da PUC-SP.

Entre as ações consideradas mais importantes para ser um cidadão ativo, “ensinar as crianças a serem cidadãos ativos desde os primeiros anos da escola” aparece em quinto lugar e “acompanhar o trabalho dos representantes públicos” em nono, atrás, por exemplo, de “ter um CPF”, em sétimo lugar.

Oriana desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre o tema. Ela compara a situação do Brasil com a de outros países como Itália e Espanha, onde o ensino de cidadania ativa é orientado por programas conduzidos pelos ministérios da educação. Durante um mês, a professora aplicou métodos usados por esses países em duas escolas públicas de São Paulo. O projeto envolveu exibição de filme, leitura de contos e fotografia.

- A ideia foi fortalecer alguns preceitos e ensiná-las a se articular na hora de reclamar - conta Oriana.
Duas educadoras italianas, Milva Valentini e Patrizia Bracarda, vão participar do encontro na PUC-SP. Depois de apresentar o projeto de pós-doutorado, em outubro, Oriana pretende enviar propostas sobre o tema para o Ministério da Educação:

- A discussão desse tema nas escolas, desde muito cedo, precisa ser imposta pelo ministério. É incrível que a sociedade civil - através de ONGs, por exemplo - se organize para trabalhar com isso. Mas precisamos de leis tratando do assunto.


Fonte: O Globo


Nota do NEFROADVEN:

Dizer que a esmagadora maioria da população brasileira aculturada tem tropismo por futilidades já não é novidade pra ninguém. O problema é que o governo incentiva isso cada vez mais, através de suas medidas anti-crescimento populistas e eleitoreiras. Tivemos até um presidente da República aculturado por oito anos como exemplo! Então, qual esperança de mudança nós temos?

Mário Lobato


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