quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Situação caótica no tratamento dialítico em todo Brasil. Sociedade Brasileira de Nefrologia denuncia!


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CARTA AOS PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA DIALÍTICA

Nos últimos 10 anos, o número de pacientes com doença renal crônica cresceu cinco vezes mais do que a quantidade de clínicas, diminuindo muito a relação entre o número de vagas e pacientes.

Apenas 7% dos municípios brasileiros têm unidades de diálise. 

Mais de 70% dos pacientes descobrem a doença renal crônica na sua fase tardia. Muitas vezes, por falta de vagas nas unidades de diálise, estes pacientes têm que permanecer hospitalizados, enquanto aguardam sua vaga definitiva na diálise. Esta internação desnecessária, às vezes longa, gera riscos infecciosos e pode causar depressão.

Mais de 80% dos pacientes fazem seu tratamento de diálise pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, as clínicas de diálise, em sua maioria, não são públicas. Embora ofereçam um tratamento de alta qualidade para os pacientes do SUS, a situação das clínicas de diálise hoje é difícil, devido ao baixo valor da remuneração do procedimento dialítico.

O Ministério da Saúde não reajusta o valor da sessão de Hemodiálise há cerca de três anos. Neste mesmo período de tempo, houve uma desvalorização brutal do REAL (quase todo o material e máquinas utilizadas no tratamento são artigos importados). Além disto, a carga tributária se elevou, a inflação voltou, as tarifas de energia elétrica quase dobraram e enfrentamos uma crise da água.
Esta combinação de aumento de gastos e falta de reajustes nos reembolsos desestimula a abertura de novas unidades e tem feito algumas clinicas fecharem as portas ou deixarem de atender pacientes do SUS.

O número de pacientes em diálise peritoneal (que poderia ser uma excelente alternativa para os pacientes que residem em locais mais distantes), vem diminuindo. A falta de estímulo financeiro torna cada vez mais difícil a colocação de novos pacientes neste método.

A Sociedade Brasileira de Nefrologia não se calará em denunciar esta situação que necessita ser mudada.

A comunidade de pacientes renais crônicos deve estar atenta para estes acontecimentos. A falta de sustentabilidade econômica das unidades de diálise ameaça o acesso e a qualidade do tratamento. Cabe a todos lutar para que haja compreensão destes fatos pelos gestores. Só desta maneira conseguiremos melhorar o acesso dos pacientes renais crônicos ao tratamento e a qualidade deste.

FONTE: SBN




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