terça-feira, 29 de setembro de 2015

Ácidos graxos trans não são necessariamente nocivos


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A gordura trans não é necessariamente tão nociva como se pensava: um estudo alemão sugere que baixos níveis de ácidos graxos trans (AGTs) não significam automaticamente maior mortalidade, e que podem até mesmo ser benéficos se ocorrerem de modo natural. Os achados foram publicados na revista “European Heart Journal”.

Para o estudo, pesquisadores da Universidade de Heidelberg analisaram dados de 3.259 participantes no estudo LURIC (Ludwigshafen Risk and Cardiovascular Health). Participantes no estudo foram hospitalizados para receber angiografias coronarianas. Durante um período mediano de acompanhamento de pouco mais de 10 anos, 30 por cento desses pacientes morreram. Os pesquisadores analisaram amostras de sangue dos pacientes para identificar as concentrações totais de AGTs, e também para distinguir entre as concentrações de AGTs industrialmente produzidos e as que ocorrem de modo natural.

A proporção de AGTs nas amostras de sangue variaram de 0,27-2,40 por cento de ácidos graxos totais, com uma média de pouco menos de um por cento. Outro estudo nos EUA por um período similar relatou uma média de mais de 2,6 por cento.

“Descobrimos que concentrações maiores de AGTs nas membranas de hemácias estavam associadas ao LDL ou 'mau' colesterol mais alto, mas também com IMC mais baixo, níveis mais baixos de gordura no sangue (triglicérides), menos resistência à insulina e, portanto, menor risco de diabetes”, disse o autor do estudo Marcus Kleber. Disse ainda: “Também estamos surpresos de saber que aumentos nas concentrações de AGTs produzidos industrialmente não foram acompanhados por aumento de mortalidade, contrastando com observações dos Estados Unidos."

Os pacientes com as mais altas concentrações de AGTs que ocorrem naturalmente (maior que 0,2 por cento) tiveram um risco 37 por cento menor de morte súbita cardíaca em comparação àqueles com a concentração mais baixa. Após ajuste para diversos fatores de confusão, essa foi a única associação estatisticamente significativa.

“Nossos resultados mostram que baixos níveis de AGTs produzidos industrialmente que encontramos no estudo LURIC não apresentam risco à saúde e, portanto, podem ser considerados seguros. Também descobrimos que o ácido trans-palmitoleico está associado a melhores níveis de glicemia sanguínea e menos mortes por qualquer causa, mas principalmente menor risco de morte súbita cardíaca”, concluiu Kleber.





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