Obesidade associada à rápida perda de função renal e alta mortalidade
Contexto
Comparada com o peso normal, a obesidade pode estar associada a piores resultados clínicos, incluindo doença renal crônica. Não se sabe se essa associação se modifica com a idade. Investigamos a associação de IMC com a perda progressiva da função renal e mortalidade por todas as causas em veteranos dos EUA.
Métodos
Em uma coorte nacional de 3.376.187 veteranos de guerra americanos com taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) de mais de 60 mL/min por 1,73 m², avaliamos a associação de IMC em pacientes de várias idades (<40 anos, 40 anos a <50 anos, 50 anos a <60 anos, 60 anos a <70 anos, 70 anos a <80 anos e ≥80 anos) com perda de função renal e com mortalidade por todas as causas em modelos de regressão logística e modelos de risco proporcional de Cox ajustados por origem étnica, sexo, comorbidades, medicação e eGFR basal.
Achados
Dos veteranos, 274.764 (8,1%) em 3.376.187 tiveram um rápido declínio da função renal (queda na curva de >5 mL/min por 1,73 m²). O risco mais baixo para perda de função renal foi observado em pacientes com IMC de pelo menos 25 kg/m², porém menos que 30 kg/m². Uma associação geralmente uniforme em forma de U foi observada entre IMC e rápida perda da função renal, que foi mais evidente com o aumento da idade, exceto em pacientes com menos de 40 anos, nos quais o IMC não parecia ser indicativo de comprometimento da função renal. Morreram 672.341 veteranos (28,7 por 1.000 pacientes-ano, IC de 95%: 28,6–28,7) em relação à mediana de acompanhamento de 6,8 anos (IQR 6,5–7,7). O IMC também mostrou uma associação em forma de U com mortalidade, que foi similar em todos os grupos etários.
Interpretação
Um IMC de 30 kg/m² ou mais é associado com rápida perda de função renal em pacientes com eGFR de pelo menos 60 mL/min por 1,73 m², e essa associação é acentuada em pacientes mais velhos. Um IMC de 35 kg/m² ou mais também foi associado com alta mortalidade. Um IMC de pelo menos 25 kg/m² e menor que 30 kg/m² foi associado aos melhores resultados clínicos.
Fonte: The Lancet e MSD
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