Segundo pesquisa publicada nesta segunda-feira
(10) no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), fumar
maconha por mais de seis anos pode causar anormalidades no funcionamento e na
estrutura do cérebro. O efeito, porém, depende da idade em que a pessoa começou
a fumar a droga.
“Desde 2007 há um
crescimento no número de usuários de maconha. Apesar das mudanças na legislação
de alguns estados dos Estados Unidos sobre a droga, ainda são escassas as pesquisas
sobre seus efeitos a longo prazo”, diz Francesca Filbey, coautora do estudo e
professora da Faculdade de Comportamento e Ciências do Cérebro da Universidade
do Texas, nos Estados Unidos.
Participaram da pesquisa 48
usuários adultos e 62 não usuários, separados conforme sexo, idade e etnia.
Todos foram submetidos exames de ressonância magnética e a testes cognitivos.
Tabagismo e consumo de álcool foram levados em consideração para a análise dos
resultados.
Os pesquisadores concluíram
que os usuários de maconha têm um menor volume cerebral numa parte do cérebro
associada ao vício, o córtex orbitofrontal, mas maior conectividade cerebral do
que as pessoas que não fumam a droga. Nos testes cognitivos, os usuários
de maconha demonstraram menor QI. Os estudiosos, entretanto, não associaram
esse resultado ao menor volume cerebral.
Foi verificado
também que, quanto mais cedo começa o consumo regular de maconha, maior é
a sua interferência na estrutura e no funcionamento do cérebro. “Esse efeito
começa depois de seis a oito anos de uso contínuo. Porém, usuários de maconha
continuam a exibir conectividade cerebral mais intensa do que os não usuários”,
diz Francesca.
De acordo com os autores, o
consumo crônico da erva faz com que os neurônios dos usuários se adaptem à
diminuição do volume cerebral. Eles alertam, no entanto, que são precisos
outros estudos para determinar se essa mudança é reversível e se ela acontece,
também, em usuários ocasionais da droga.
Fonte: Veja e VG
Nenhum comentário:
Postar um comentário