Estudo projeta soluções para os baixos estoques de sangue para
transfusões em todo o mundo.
Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram que a
beterraba produz hemoglobina. Eles esperam agora que estas proteínas possam
substituir o sangue.
— Anteriormente, achavam que certas plantas produziam ferro apenas
quando induzidas. No entanto, temos mostrado que a hemoglobina é produzida pela
beterraba mesmo em um estado normal — disse Nélida Leiva, responsável pelo
estudo.
O professor Leif Bülow, que também liderou a pesquisa, passou muitos
anos investigando a produção de hemoglobina humana, principalmente com a ajuda
de bactérias. Ele afirma que a hemoglobina do sangue de doadores está longe de
ser suficiente para suprir as necessidades da sociedade.
O processo de extração de hemoglobina a partir da beterraba não é muito
mais complicado do que a extração de açúcar, de acordo com os pesquisadores. O
desafio reside na obtenção de volumes suficientes. No entanto, Nélida Leiva e
Leif Bülow acreditam que há boas razões para pensar que a beterraba e outras
culturas poderiam se tornar uma alternativa no futuro.
— A partir de um hectare de plantação de beterrabas, nós poderíamos
produzir de uma a duas toneladas de hemoglobina, o que poderia salvar milhares
de vidas — disse Leif Bülow.
O corpo humano contém quase um quilo de hemoglobina.
Em pouco mais de um ano, os pesquisadores vão começar a testar, em animais,
a hemoglobina a partir de plantas. Eles fizeram uma parceria com pesquisadores
da University College London, que tem experiência reconhecida
internacionalmente em transfusões de sangue.
Nélida Leiva destaca que a hemoglobina na beterraba é quase idêntica à
humana, especialmente a forma de hemoglobina que temos em nossos cérebros.
— Há uma diferença de um pequeno detalhe na superfície da proteína. Mas
é o que estende a vida útil da hemoglobina da beterraba, o que é uma boa
notícia — afirmou Nélida Leiva.
Em casos de acidentes, é importante que a hemoglobina seja rapidamente
fornecida ao paciente, de modo que o oxigênio possa ser transportado por todo o
corpo — a tarefa principal da célula. Cinco horas após as lesões, a transfusão
tem de ser feita com todos os componentes de sangue — só a hemoglobina não é
mais eficiente.
Fonte: ZH
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