Uma comparação entre a
eficácia e segurança dos agentes farmacológicos para reduzir a pressão arterial em adultos comdiabetes e doença renal foi publicada pelo periódico The Lancet, com o intuito de diminuir as controvérsias que ainda existem sobre o
assunto.
Investigando os
benefícios e malefícios das medicações redutoras de pressão arterial em adultos diabéticos com doença renal, administrados por via oral, cientistas da Austrália, Canadá, Nova
Zelândia e Itália fizeram uma meta-análise de rede de estudos randomizados de
todo o mundo comparando os diferentes agentes de redução da pressão arterial nesta população de pacientes. Bases de dados eletrônicas (Cochrane Collaboration, Medline e Embase) foram pesquisadas sistematicamente, até janeiro de 2014, para
encontrar os ensaios elegíveis. Os principais resultados foram todas as causas
de mortalidade e o estágio final da doençarenal. Também foram avaliados a segurança
secundária e os desfechos cardiovasculares.
Após análises
estatísticas, 157 estudos compreendendo cerca de 43.000 participantes, a
maioria com diabetestipo
2 e doença renal crônica,
foram incluídos na meta-análise de rede. Nenhum regime de drogas foi mais
eficaz do que o placebo para reduzir a mortalidade por qualquer causa. No entanto, em comparação com oplacebo, a doença renal em fase terminal foi significativamente menos provável de acontecer após
tratamento com um antagonista do receptor de angiotensina (ARA) em combinação
com um inibidor da enzima conversora de
angiotensina (IECA) e após monoterapia com ARA. Nenhum regime de drogas
aumentou significativamente a hipercalemia ou a lesão renal aguda,
embora a terapia com IECA combinado ao ARA teve a classificação mais baixa
entre todas as intervenções devido aos aumentos marginais em riscos estimados
desses danos (hipercalemia e insuficiência renal aguda).
Nenhuma estratégia de
redução da pressão arterial aumentou a sobrevivência em adultos com diabetes edoença renal. Os
IECAs e os ARAs, isoladamente ou em combinação, foram as estratégias mais
eficazes contra a fase final da doença renal. Quaisquer benefícios do tratamento combinado com IECA e ARA precisam
ser equilibrados com os possíveis danos de hipercalemia e de lesão renal aguda.
FONTE: News Med + The Lancet
Nota NEFROADVEN:
Que os BRA e IECA são as melhores ferramentas para prevenção de avanço de doença renal crônica já não é novidade. Contudo, esta metanálise traz nova discussão envolvendo a tão temida e criticada associação entre IECA e BRA. Para nós nefrologistas, um alento. Para os cardiologistas, mais confusão.
Mário Lobato
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