O consumo de uma castanha-do-pará diariamente ajuda a prevenir o
envelhecimento das células do cérebro e manter ativas as capacidades de
memória, planejamento e articulação da fala. A melhora se deve ao alto índice
de selênio no alimento, que, ao ser absorvido pelas células, combate os
radicais livres, moléculas responsáveis pelo envelhecimento das células.
As conclusões fazem parte de um estudo realizado pela
nutricionista Bárbara Rita Cardoso, da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo). Durante seis meses, ela
avaliou 20 pacientes diagnosticados com comprometimento cognitivo leve, ou
seja, com uma perda de atividade cerebral leve. Acompanhada de um psicólogo que
aplicou testes para avaliar o desempenho cognitivo dos pacientes, ela
relacionou o aumento do nível de selênio com a melhoria das capacidades
cerebrais.
"No cérebro, quando as células 'envelhecem', acabam por ter suas
funções prejudicadas e ficam mais vulneráveis à morte celular", explica a
nutricionista. O processo está intimamente relacionado com a degeneração dos
neurônios e pode levar ao desenvolvimento do Alzheimer. Para retardar o
envelhecimento, Bárbara escolheu estudar os efeitos da castanha, alimento já
conhecido por armazenar uma grande quantidade de selênio.
Com essa pesquisa, a nutricionista venceu o Prêmio Jovem Cientista do
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), anunciado
em 22 de maio. A premiação será realizada em junho.
Agora, a pesquisadora dá continuidade aos estudos na Universidade de
Melbourne, na Austrália. O projeto acompanha mil participantes com idade
mínima de 60 anos para identificar fatores de risco relacionados ao Alzheimer.
O projeto avalia os participantes a cada um ano e meio e é realizado há oito
anos. O desafio de Bárbara agora é realizar testes para relacionar a falta de
selênio com o Alzheimer.
FONTE: UOL
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