A
condição dos rins aparentemente é tão confiável como indicador da saúde do
coração quanto os testes tradicionais de pressão arterial ou níveis de
colesterol. Pesquisadores americanos chegaram a essa conclusão após realizar
uma metanálise publicada na revista “The Lancet Diabetes & Endocrinology”.
Cientistas do Chronic Kidney Disease
Prognosis Consortium, coordenado por Josef Coresh da Universidade Johns Hopkins
em Baltimore (Maryland), analisaram 24 estudos com mais de 637 mil
participantes sem histórico de doença cardiovascular. Resultados de testes
sobre taxa de filtração glomerular (TFG) e albuminúria estavam disponíveis para
todos os sujeitos.
Os testes mostraram que tanto os níveis de
TFG como de albuminúria eram indicadores independentes de doenças
cardiovasculares de modo geral. Os resultados associados a insuficiência
cardíaca e morte devido a ataque cardíaco e acidente vascular cerebral foram
particularmente impressionantes. Aqui, a albuminúria mostrou ser o mais forte
indicador. E até mesmo agiu melhor como poder preditivo de níveis de pressão
arterial sistólica e de colesterol, e foi um fator de risco maior que o
tabagismo.
“Se profissionais de saúde tiverem dados
de danos ao rim e função renal - que eles geralmente têm - poderão passar a
usar esses dados para entender melhor o risco de doença cardiovascular de um
paciente”, disse o autor principal Kunihiro Matsushita da Universidade Johns
Hopkins. “Testes de níveis de colesterol e de pressão arterial são bons
indicadores de risco cardiovascular, mas não são perfeitos. Este estudo nos
mostra que podemos fazer ainda melhor com informações que muitas vezes já
coletamos.”
Adeptos do transumanismo
implantam chips e imãs nas mãos.
Eles crêem que, no
futuro, humanos serão mesclados a máquinas; especialistas falam em
oportunidades e perigos
Toque magnético: Rafael
Leão consegue atrair peças de metal com o ímã dentro do dedo
Com um chip RFID (de
identificação por radiofrequência) implantado na mão esquerda, o empresário
Erico Perrella é o único capaz de desbloquear seu smartphone, e só com a sua
proximidade ao aparelho. Já o body piercer Rafael Leão consegue atrair objetos
de metal e, segundo ele, sentir energias magnéticas devido ao ímã que possui na
ponta de um dos dedos. Apesar de parecerem personagens de ficção científica,
ambos fazem parte de um fenômeno real: são adeptos do transumanismo (H+, na
sigla), um movimento intelectual que prega o uso da tecnologia para ampliar as
capacidades humanas, e que, segundo historiadores e futurólogos, poderá alterar
a evolução da nossa espécie com novas oportunidades, mas, também, assustadores
perigos.
No entanto, enquanto
seus entusiastas veem os implantes subcutâneos como um pequeno passo em direção
a um futuro em que homens e máquinas poderiam compor um ser híbrido, para o
Conselho Federal de Medicina (CFM) a novidade representa um potencial risco à saúde
destas pessoas — o que não impede que brasileiros adquiram as peças em sites
estrangeiros e as implantem por conta própria, ou com a ajuda de body piercers.
— Ao mesmo tempo que parecem
brincadeira, esses implantes sinalizam um futuro que faz sentido — afirma
Perrella, de 23 anos, que possui o chip na mão desde o final de 2014, quando o
colocou com a ajuda de um amigo. — Não à toa, empresas como o Google vêm
investindo em soluções como lentes de contato que levem informações aos olhos
de seus usuários. No futuro, quem sabe, poderemos trocar nossos membros por
outros mecânicos, melhores, como uma mão mais forte.
Referência na realização
de implantes de chips e ímãs no Brasil, o profissional de body piercing Rafael
Leão, de 30 anos, conta já ter feito o procedimento em ao menos 14 pessoas
desde 2012.
— Realizo o implante por meio de
seringas e agulhas descartáveis, que são vendidas com os próprios chips e ímãs.
O cliente chega com as peças, que são encapsuladas em materiais biocompatíveis
(cerâmicas e vidros não rejeitados pelo corpo), e eu faço o procedimento, que
custa em torno de R$ 150 — explica ele, garantindo que é tudo legal. — É bem
rápido, e feito de acordo com as normas acordadas com juntas médicas. Não há
cortes.
Leão, que também tem um ímã em uma das
mãos, diz que se interessou pelo H+ após ter entrado em contato com alguns de
seus adeptos fora do país:
— Comecei a ter contato com um pessoal
de fora com esse tipo de implante, e aí fiquei curioso. Hoje tenho um ímã em
uma das mãos, e é quase como um sexto sentido. Você vai pegar um fone de ouvido
e sente o magnetismo.
MOVIMENTO MUNDIAL
E os brasileiros não estão sozinhos na
adoção dos implantes. No início deste ano, o edifício Epicenter, na Suécia,
ofereceu aos 400 trabalhadores do prédio a opção de trocar o crachá de acesso
ao local por um chip RFID, que poderia ser implantado nas suas mãos.
No mês passado, foi a vez de o
pesquisador de segurança digital Seth Wahle virar notícia ao adotar o implante
subcutâneo para hackear smartphones com o sistema operacional Android — o
experimento foi apresentado na conferência Hack Miami, nos EUA.
Esses episódios, no entanto, são
apenas uma pequena parte de um movimento maior e mais antigo. Com uma origem
que remonta ao início do século passado, o H+ tem, inclusive, uma associação
internacional: a Humanity+. Criada em 1998 pelos filósofos Nick Bostrom e David
Pearce, ela atualmente conta com mais seis mil membros em todo o mundo, e se
dedica ao “uso ético da tecnologia para expandir as capacidades humanas”.
Além disso, vislumbrados em obras como
os filmes “Blade Runner” (1982), a série de TV “Jornada nas estrelas” e até em
jogos de videogame, como “Deus Ex: human revolution” (2011), os conceitos por
trás da integração entre homens e máquinas encontram eco nas observações de
diversos especialistas conceituados.
Notório por suas previsões acertadas —
em 1990, ele anteviu a ascensão da internet —, o engenheiro do Google Ray
Kurzweil, por exemplo, acredita que até 2030 seremos capazes de conectar nossa
mente à nuvem de dados.
— Nosso pensamento será um híbrido
biológico e não biológico. Vamos gradualmente nos mesclar (com a tecnologia) e
nos aprimorar — afirmou ele em uma palestra recente em Nova York.
Autor do best-seller “Sapiens — Uma
breve história da humanidade”, o historiador israelense Yuval Harari afirma em
seu último livro, “A História do amanhã”, publicado este ano, e disponível
somente em hebraico, por enquanto, que os próximos objetivos da Humanidade são
justamente “vencer a morte”, “alcançar a felicidade” e “melhorar o corpo”, por
meio do uso de aprimoramentos tecnológicos.
— Pela História houve muitas
revoluções econômicas, sociais e políticas. Mas uma coisa permanece constante:
a própria Humanidade. Ainda temos o mesmo corpo e a mesma mente que os nossos
ancestrais, sejam aqueles do império inca ou do antigo Egito. No entanto, nas
próximas décadas, pela primeira vez, a Humanidade passará por uma revolução
radical — explica Harari, em entrevista por e-mail. — Nossos corpos e mentes
serão transformados pela engenharia genética, nanotecnologia e interfaces entre
cérebro e computadores. Assim, corpos e mentes serão os principais produtos do
século XXI.
No entanto, de acordo com Harari, ao
mesmo tempo que o H+ sinaliza novas oportunidades, ele também nos apresenta
novos riscos:
— Se as elites do século XXI tiverem
acesso preferencial a tecnologias de aprimoramentos corporais, o resultado pode
ser a tradução da desigualdade social em um desequilíbrio biológico.
Enquanto este futuro não chega, os
entusiastas do transumanismo dão pequenos passos em direção à tendência
adquirindo seus chips e ímãs em lojas on-line especializadas no segmento.
Na americana Dangerous Things, por
exemplo, uma das principais do mercado, é possível encontrar estes itens por
valores entre US$ 39 e US$ 69. No caso dos chips, eles variam entre duas
tecnologias de transmissão de dados: RFID e NFC, esta última compatível com a
maioria dos smartphones modernos.
CFM: ‘PRÁTICA PERIGOSA’
Fundador da loja e autor do livro
“RFID toys“ (“Brinquedos RFID”, em tradução livre), Amal Graafstra se
interessou pelo movimento H+ em 2005, quando teve a ideia de criar um meio de
entrar em seu escritório e na sua casa sem que fosse preciso usar chaves. Para
isso, recorreu a um chip subcutâneo RFID e, pouco tempo depois, decidiu abrir a
sua loja on-line:
— Percebi que o interesse sobre os
implantes de chips RFID vinha crescendo, mas as pessoas careciam de
fornecedores seguros desses itens, que eram encapsulados em vidro e com
componentes tóxicos. Por isso criei a minha loja, para fornecer apenas itens
com materiais de qualidade, biocompatíveis, e testados.
No entanto, para o médico e membro do
Conselho Federal de Medicina (CFM) Sidnei Gusmão, os perigos que tais itens
representam são maiores do que seu tamanho faz parecer:
— Eles não são aprovados pelas
autoridades médicas. Ao injetá-los por debaixo da pele, as pessoas podem
atingir vasos ou artérias, fazendo com que o corpo estranho possa migrar para
órgãos. Mesmo que as peças sejam pequenas, o problema decorrente disso pode ser
enorme.
Muitos acreditam que a profecia bíblica da marca da besta na mão e na fronte será o implante literal de um chip sem o qual não se poderá comprar comida nem entrar em estabelecimentos essenciais. Tudo será controlado pelos senhores do mundo. Em troca do chip que nos permitirá fazer as coisas mais elementares, deveremos obedecer às vontades dos poderosos, mesmo que as ordens contrariem a vontade de Deus. Seria mais ou menos assim: Obedeça a Deus, desobedeça aos poderosos e recuse o chip e fique sem comida, sem abrigo, sem saúde e sem família. Desobedeça a Deus, obedeça aos poderosos, aceite o implante do chip e tenha acesso a tudo isso. Seria uma pequena vertente da grande perseguição aos cristãos do fim dos tempos. Será possível que isto aconteça? Minha resposta é quem poderá dizer que não?
Pesquisadores
holandeses analisaram hábitos alimentares de mais de 120 mil pessoas
Se você tem o hábito de comer
metade de um punhado de nozes a cada dia, pode estar reduzindo de modo
significativo o risco de morrer prematuramente, segundo um estudo feito na
Holanda.
Pesquisas anteriores já tinham
estabelecido uma relação do consumo de nozes com a boa saúde cardiovascular,
mas esta é a primeira vez que foram estudadas nozes específicas e seus efeitos
no desenvolvimento de determinadas doenças.
Após dez anos de pesquisa, os
cientistas da universidade de Maastricht concluíram que as pessoas que
consumiram diariamente pelo menos 10 gramas de nozes ou amendoim tiveram 23%
menos risco de morte.
Entretanto, o estudo concluiu
também que o consumo de pasta de amendoim (peanut butter) não traz nenhum
benefício por conter níveis elevados de sal e de gordura trans.
O que tem de bom
em uma noz?
Ácidos graxos monoinsaturados
e polinsaturados
Vitaminas de diversos tipos
Fibras
Antioxidantes
Outros compostos bioativos
O estudo analisou dados sobre
a dieta alimentar e o estilo de vida fornecidos por 120 mil homens e mulheres
holandeses de idades que variavam de 55 a 69 anos. Dez anos depois, os
cientistas analisaram o índice de mortalidade do grupo.
O risco de morte prematura
causada por câncer, diabetes, doenças respiratórias e neurodegenerativas era
menor entre o grupo que consumia nozes regularmente.
Os pesquisadores encontraram
um risco 23% menor de mortalidade no período de 10 anos causada por todo o tipo
de doenças, com uma redução de:
45% por doenças
neurodegenerativas
39% por doenças respiratórias
30% por diabetes
Piet van den Brandt, líder do
estudo publicado no International Journal of Epidemiology, disse que foi
"impressionante notar uma redução significativa da mortalidade mesmo entre
os que consumiam diariamente uma média de 15 gramas de nozes e amendoim."
Os pesquisadores acrescentam
que o estudo levou em conta o fato de que normalmente os consumidores de nozes
são também consumidores de frutas, verduras e legumes, e que as mulheres que
têm hábito de comer nozes são geralmente mais magras. Segundo van den Brandt,
os resultados foram ajustados de modo a refletir essa realidade.
O consumo de chocolate estaria "associado" a riscos reduzidos
de doenças cardiovasculares - segundo pesquisadores britânicos que não
apresentaram provas de uma ligação direta entre o cacau e o bem-estar das
artérias.
O consumo de chocolate amargo já foi associado no passado, por meio de diversos
estudos, a uma melhor saúde cardiovascular, mas sem que qualquer relação de
causa e efeito tenha sido claramente estabelecida.
Para este estudo, um grupo de pesquisadores britânicos procurou analisar as
correlações entre o consumo de chocolate e a saúde cardiovascular de um grupo
de 25 mil homens e mulheres que moram em Norfolk (leste da Inglaterra) e o
acompanhou durante, em média, dez anos.
Os cientistas colocaram em relação as quantidades de chocolate que os participantes
declaravam consumir e os dados sobre sua saúde cardiovascular: taxa de
colesterol, ocorrência de acidentes cardíacos, de acidente vascular cerebral
(AVC), etc.
A partir desta observação, foi constatado que aqueles que declaram consumir
mais chocolate têm estatisticamente menos doenças cardiovasculares.
"Segundo este estudo (...), o consumo de até 100 gramas de chocolate por
dia está associada a um risco menor de doenças coronarianas e AVC (...)",
indicam os pesquisadores num artigo publicado online na revista britânica
especializada Heart (do grupo BMJ).
Mas o autores reconhecem também que aqueles que comem mais chocolate são também
mais jovens, menos gordos, dispõem de melhor saúde e praticam mais esportes.
Seria possível, então, que o estilo de vida seria o responsável por tornar este
grupo de pessoas menos sujeito às doenças do coração.
Além disso, aqueles que sabem que estão em risco de doenças cardiovasculares
podem ter tendência a limitar o consumo de chocolate em busca de um estilo de vida
melhor, observaram os pesquisadores.
"Apesar de tudo, os itens acumulados relatados neste estudo sugerem que o
alto consumo de chocolate pode estar associado a benefícios
cardiovasculares", concluíram.
Entrevistado pela AFP, o médico nutrólogo Arnaud Cocaul, do hospital parisiense
da Pitié Salpêtrière, explica que trata-se de "um estudo de observação com
todas as suas limitações. Uma indústria alimentícia não pode usá-lo como
argumento de venda".
Outro especialista parisiense da nutrição, Pierre Azam ressalta por sua vez que
"nenhuma certeza em matéria de saúde pública pode sair deste tipo de
estudo". Azam disse preocupar-se com os "estragos" com as
"reduções" que podem ser feitas pela população a partir destes
estudos.
As atuais pesquisas estão revelando que café e chocolate, quando consumidos sem açúcar e com moderação, podem ser benéficos para os vasos sanguíneos e para o coração. Mas lembrar que é com moderação e sem açúcar!
O sentido de olfato reduzido nas pessoas
mais velhas pode ser um indicador de morte próxima. Pelo menos foi o sugerido
por um estudo americano publicado na revista “Annals of Neurology”. O estudo
confirma os resultados de um estudo publicado um ano antes.
Cientistas
da Universidade de Columbia (Nova York) analisaram o sentido do olfato de 1.169
adultos idosos. Para testar o sentido do olfato, os participantes deviam
identificar 40 aromas diferentes por meio de um teste de múltipla escolha.
O
estudo mostrou que 45 por cento dos participantes com as pontuações mais
baixas morreram durante os quatro anos seguintes ao experimento. Dos
participantes com as pontuações mais altas, somente 18 por cento morreram.
Esses resultados são similares aos de outro estudo conduzido no ano passado,
que descobriu que 39 por cento daqueles com baixo sentido do olfato morreram,
enquanto este foi somente o caso em 19 por cento dos participantes com
capacidade de olfato bastante boa, e em dez por cento daqueles com boa
capacidade de olfato.
“O
aumento de risco de morte aumentou progressivamente com o pior desempenho no
teste de identificação de aromas e foi maior naqueles com a pior capacidade
olfativa, mesmo depois do ajuste de carga clínica e demência”, disse o autor do
estudo Davangere Devanand.
Ao
cozinhar verduras e vegetais, eles perdem alguns de seus nutrientes.
O
consumo frequente de vitaminas e antioxidantes ajuda a prevenir doenças
cardiovasculares, neurodegenerativas e de vários tumores.
Prova disso é a longevidade associada à dieta mediterrânea, rica nesses
nutrientes, presentes em verduras e legumes.
No entanto, as qualidades desses vegetais podem se perder na água quando são
cozidos na panela.
Um estudo espanhol divulgado pela publicação científica Journal of Food Science
concluiu que colocar as verduras para ferver - uma das formas mais comuns de se
prepará-las - faz com que elas percam uma quantidade significativa de vitaminas
e outros antioxidantes.
"A maioria das verduras são consumidas cozidas, então de um ponto de vista
prático, era uma preocupação para nós saber se depois de submetê-las a
procedimentos domésticos habituais, seus nutrientes eram mantidos, ou se só
estaríamos consumindo calorias", explicou María Antonia Murcia, da
Universidade de Nutrição e Bromatologia de Múrcia, uma das autoras da pesquisa.
A conclusão principal do trabalho foi que a água "não é a melhor amiga da
cozinha" quando se trata de preparar verduras e hortaliças.
O calor e outras condições relacionadas com o cozimento podem acabar com os
nutrientes das verduras.
Nutrientes
Segundo um estudo da Universidade de Akron, nos Estados Unidos, a vitamina K é
resistente ao calor. As fontes alimentícias da vitamina K incluem hortaliças de
cor verde, como couve, espinafre, nabo, acelga, folhas de mostarda, salsa,
alface romana e alface de folha verde, além de verduras como couve-de-bruxelas,
brócolis, couve-flor e repolho.
No entanto, muitas outras vitaminas, incluindo A, C, B-1, B-2 e o ácido fólico
- que estão em vegetais de folhas verdes - são sensíveis ao calor e podem se
perder ao cozinhar e ferver a verdura no vapor.
Por outro lado, outras vitaminas e nutrientes podem ficar intactas, mas acabam
ficando na água. Neste caso, pode-se utilizar a água do cozimento para temperar
o prato ou simplesmente beber o caldo onde estão todos os antioxidantes.
Há algumas recomendações que podem ser seguidas para diminuir a perda de
nutrientes na hora de cozinhar os alimentos
Recomendações
A perda de nutrientes por cozimento pode ser reduzida seguindo algumas
recomendações, segundo a Associação Espanhola de Nutricionistas.
- Descasque e corte os alimentos pouco antes de prepará-los para o consumo-
Deixe de molho por pouco tempo- Espere a água ferver para colocar os alimentos-
Coloque uma pitada de vinagre ou suco de limão na água onde estiver cozinhando-
Cozinhar os legumes 'al dente' e esfriá-las o quanto antes- Aproveitar a água
que cozinhou as verduras para fazer outros alimentos
O consumo de uma castanha-do-pará diariamente ajuda a prevenir o
envelhecimento das células do cérebro e manter ativas as capacidades de
memória, planejamento e articulação da fala. A melhora se deve ao alto índice
de selênio no alimento, que, ao ser absorvido pelas células, combate os
radicais livres, moléculas responsáveis pelo envelhecimento das células.
As conclusões fazem parte de um estudo realizado pela
nutricionista Bárbara Rita Cardoso, da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo). Durante seis meses, ela
avaliou 20 pacientes diagnosticados com comprometimento cognitivo leve, ou
seja, com uma perda de atividade cerebral leve. Acompanhada de um psicólogo que
aplicou testes para avaliar o desempenho cognitivo dos pacientes, ela
relacionou o aumento do nível de selênio com a melhoria das capacidades
cerebrais.
"No cérebro, quando as células 'envelhecem', acabam por ter suas
funções prejudicadas e ficam mais vulneráveis à morte celular", explica a
nutricionista. O processo está intimamente relacionado com a degeneração dos
neurônios e pode levar ao desenvolvimento do Alzheimer. Para retardar o
envelhecimento, Bárbara escolheu estudar os efeitos da castanha, alimento já
conhecido por armazenar uma grande quantidade de selênio.
Com essa pesquisa, a nutricionista venceu o Prêmio Jovem Cientista do
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), anunciado
em 22 de maio. A premiação será realizada em junho.
Agora, a pesquisadora dá continuidade aos estudos na Universidade de
Melbourne, na Austrália. O projeto acompanha mil participantes com idade
mínima de 60 anos para identificar fatores de risco relacionados ao Alzheimer.
O projeto avalia os participantes a cada um ano e meio e é realizado há oito
anos. O desafio de Bárbara agora é realizar testes para relacionar a falta de
selênio com o Alzheimer.
Não ter problemas de saúde aparentemente é uma ocorrência rara. De
acordo com um estudo internacional, 95 por cento da população mundial tem pelo
menos um problema de saúde; uma em cada três pessoas até mesmo apresenta mais
de cinco doenças. Os dados foram publicados na revista “The Lancet”.
Para o estudo da carga global de doença (Global Burden of Disease
Study), a equipe liderada por Theo Vos da Universidade de Washington (Seattle)
analisou fontes de informação sobre problemas de saúde dos últimos 23 anos
(1990 a 2013). As estatísticas variaram de doenças sérias a quadros clínicos
mais brandos. Conforme o esperado, problemas de saúde em países
industrializados foram diferentes daqueles dos países em desenvolvimento.
Em 2013, distúrbios musculoesqueléticos (dor nas costas, dor no
pescoço, artrite) estavam entre as dores mais comuns e eram responsáveis por
quase metade da sobrecarga da saúde em todo o mundo. Durante o período do
estudo, o número de anos vividos com deficiência aumentou de 530 para 760 milhões
de anos. A proporção de pessoas com problemas de saúde aumentou de um quinto
para um terço da população mundial.
Nos países mais industrializados, os quadros clínicos mais comuns foram
dor lombar, seguido de lesões devido a quedas, dor no pescoço, bronquite
crônica e depressão. A esses quadros se seguiram distúrbios como perda de
audição, enxaqueca, distúrbios de ansiedade, diabetes e Mal de Alzheimer. Na
Europa Central, as quedas contribuíram com uma quantidade desproporcional para
a sobrecarga da doença. Em onze de treze países, foram a segunda principal
causa de deficiência.
Em países de baixa renda, outros problemas foram predominantes.
Deficiência devido a guerras é o principal fator de contribuição à pouca saúde
no Camboja, Nicarágua e Ruanda, distúrbios de ansiedade são comuns nas nações
caribenhas, e o diabetes é o terceiro maior fator de deficiência no México,
Nicarágua, Panamá e Venezuela. Na África Subsaariana, HIV/AIDS é o principal
acionador do aumento da sobrecarga na saúde.
Um décimo da população mundial é afetada por oito causas de distúrbios
crônicos: cáries (2,4 bilhões de pessoas), dor de cabeça por tensão (1,6
bilhão) e anemia por deficiência de ferro (1,2 bilhão). Estes são seguidos por
doenças hereditárias: favismo (deficiência de G6PD) com 1,18 bilhão de casos,
perda de audição devido à idade (1,23 bilhão), herpes genital (1,12 bilhão),
enxaqueca (850 milhões) e ascaríase (800 milhões).
Dormir é necessário para produzir memórias duradouras. Um século de
estudo sobre o tema já deixou isso claro. No entanto, não se sabe bem como
funciona esse mecanismo. No início, acreditava-se que a função do sono era
passiva, desligando os sentidos para que os estímulos externos não
interferissem na formação das lembranças. Nos últimos anos, porém, descobriu-se
que durante as horas na cama se desenvolvem processos que fixam as memórias.
Quanto ao mecanismo, as teorias às vezes se
contrapõem. Uma delas diz que o sono debilita parte das sinapses, as conexões
entre células nervosas que ajudam a conservar as lembranças. Nesse sentido, um
estudo recente sustenta que esquecer o desnecessário é fundamental para lembrar
o importante, como às vezes é preciso jogar fora muitos papéis para conseguir
encontrar com mais facilidade os documentos relevantes. Dormir serviria,
segundo esta hipótese, para esquecer quase tudo, deixando apenas as memórias
fixadas nas sinapses mais fortes.
Uma hipótese alternativa propõe um processo
combinado no qual algumas conexões se enfraquecem e outras se reforçam, estas
últimas por meio do que se conhece como potenciação de longo prazo (LTP), uma
intensificação duradoura dos sinais entre dois neurônios produzida quando ambos
são estimuladas ao mesmo tempo.
Agora, um grupo de pesquisadores da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Brasil, estudou as duas
hipóteses medindo em ratos os níveis de uma proteína relacionada com a
potenciação de longo prazo durante o sono. Depois, utilizaram esses dados para
construir modelos em computador para observar como se formam as conexões entre
neurônios durante o repouso.
Seus resultados, publicados esta semana na
revistaPLOS Computational
Biology, sugerem que a LTP
não só reforça algumas dessas conexões durante o sono como também as
reorganiza, favorecendo o surgimento de novas memórias. Segundo os autores,
esse mecanismo mostra que as duas teorias sobre o papel do sono na formação de
memórias de longo prazo não são excludentes, mas correspondem a diferentes
etapas da consolidação das memórias.
“O estudo indica que ciclos completos de
sono, incluindo a fase REM, desencadeiam a potenciação de longo prazo durante o
sono, produzindo a reestruturação e o fortalecimento de memórias duradouras”,
afirma Sidarta Ribeiro, pesquisador da UFRN e coautor do artigo. Este tipo de
resultados corrobora a ideia de que “sestas acima de 90 minutos de um ciclo
completo de sono seriam a melhor opção”, segundo Ribeiro, para fortalecer as
memórias recém-adquiridas. Diante da ideia de criar um medicamento que produza
benefícios semelhantes ao sono, o cientista reconhece que, apesar de algumas
proteínas essenciais ao processo de consolidação das memórias terem sido
identificadas, “não está claro como aumentar esses níveis”.
Outros trabalhos com ratos mostraram que
durante o sono são produzidas mudanças físicas relacionadas à formação de
memórias. Uma equipe liderada por Wen-Biao Gan, da Universidade de Nova York,
publicou há pouco tempo na revista Science como o aprendizado de uma nova
tarefa, caso o animal durma em seguida, leva à formação de novos espinhos
dendríticos, estruturas nos extremos dos neurônios que permitem a transmissão
de sinais elétricos entre eles. Quando os ratos não dormiam, as estruturas
associadas ao aprendizado não se formavam.
Muitas pesquisas tentam agora dirimir as
dúvidas quanto ao papel de cada fase do sono, desde o REM, no qual sonhamos com
mais intensidade, até a mais profunda, na formação de memórias e, em geral, no
aprendizado. No entanto, existe um consenso de que, enquanto dormimos, em nosso
cérebro acontecem muitas coisas importantes e que o sono não é, de forma
alguma, um tempo perdido.
A
falta de sono favorece a aparição de falsas lembranças
Além de mostrar a importância do sono na
aprendizagem e na formação de lembranças, os cientistas observaram também que
não dormir não só prejudica a memória como também favorece a aparição de
recordações falsas. Em um estudo publicado na revista Psychological Science, um
grupo de pesquisadores dos EUA perguntou a um grupo de 193 participantes quais
eram suas lembranças sobre as imagens do voo 93 da United Airlines que caiu na
Pensilvânia durante os atentados de 11 de setembro. Apesar de não haver imagens
do acidente, os 54% de participantes do estudo que reconheceram ter dormido
menos de cinco horas na noite anterior ao ocorrido garantiram tê-las visto.
Entre os que tinham dormido mais, apenas 33% tinham essas falsas lembranças.
Em uma continuação da experiência, os
pesquisadores pediram aos voluntários que escrevessem um diário com as horas
que tinham dormido e outras características sobre a qualidade de seu sono
durante uma semana. Depois desse tempo, imagens sobre um crime foram mostradas
a eles. Em seguida, foi lido um relato dos fatos que incluía detalhes falsos.
Finalmente, observou-se que os 18% dos participantes do estudo que tinham
dormido menos de cinco horas incorporaram detalhes falsos, enquanto entre os
que tinham descansado bem, apenas 13% o fizeram.
Nos adultos, entende-se que
150 minutos de exercício moderado a intensivo por semana reduzem o risco de
mortalidade. Um estudo francês apresentado no congresso EuroPRevent 2015 da
Sociedade Europeia de Cardiologia, em Lisboa, agora mostra que mesmo níveis
substancialmente menores de atividade física podem reduzir a mortalidade nos idosos.
Pesquisadores do Hospital
Universitário de St. Etienne-Lyon analisaram dados de mil idosos com 65 anos de
idade no início do estudo. Os participantes foram divididos em cinco grupos de
acordo com os níveis de atividade e com base nos valores metabólicos
equivalentes (MET-h) por semana e acompanhados por 13 anos. Cerca de dez
por cento dos participantes do estudo morreram durante a evolução do estudo.
Entre os outros, o estudo
mostrou que aqueles cujo nível de atividade chegava às atuais recomendações de
150 minutos de atividade moderada a intensa (7,5 a 15 MET-h por
semana) tiveram risco de morte 57 por cento menor em comparação àqueles
com os níveis mais baixos. Mas mesmo aqueles que se incluíam em um nível de
atividade física significativamente menor – 1 a 3,74 MET-h por semana
– ainda tiveram risco de morte 51 por cento menor em comparação àqueles
com os níveis mínimos.
Um efeito benéfico no risco de
mortalidade também foi alcançado se a atividade física somente teve início ou
reinício em uma idade mais avançada (a probabilidade de morte foi dois terços
menor). Mas ao reduzir o nível de atividade, mesmo se somente em níveis baixos,
o risco aumentava imediatamente.
O aumento da atividade física
nos idosos foi negativamente associada à taxa de mortalidade de modo dependente
de dose, concluiu o autor do estudo David Hupin. Mesmo menos tempo de
exercícios do que o recomendado tem um efeito protetor, ainda que para os
idosos esse nem sempre seja um nível alcançável. De acordo com o pesquisador,
75 minutos de atividade moderada a intensa por semana – ou 15 minutos
durante cinco dias por semana – é uma meta adequada para essa faixa etária.
Pode ser uma caminhada ligeira, andar de bicicleta, natação, ginástica ou
outras atividades. “Mesmo pouco é bom, porém mais pode ser melhor”, destacou
Hupin.