Praias do mundo correm risco de serem ‘varridas’ do mapa; entenda.
As praias de diversas cidades do planeta
correm o risco de serem “varridas do mapa”. O alerta vem de dois importantes
nomes da geologia marinha mundial que assinam o livro recém-lançado “The last
beach” (A última praia), ainda sem previsão para chegar ao Brasil.
Os especialistas Andrew Cooper, professor de
Estudos Costeiros da Universidade de Ulster, no Reino Unido, e Orrin Pilkey,
professor de ciências da terra e dos oceanos na Universidade de Duke, nos EUA,
defendem a teoria de que as intervenções humanas a beira-mar, junto com a
elevação dos níveis de oceanos e as tempestades cada vez mais fortes por conta
das mudanças climáticas, estão provocando vasta erosão de areia em direção ao
fundo dos oceanos, num efeito de “varredura” do solo costeiro.
Na semana passada, tempestades nos oceanos
Atlântico e do Pacífico geraram ondas de mais de 15 metros de altura que
destruíram defesas marítimas de concreto em praias na Europa, América do Norte
e nas Filipinas.
“A sentença de morte já soou para grandes
extensões de praias ao longo de costas densamente povoadas, como a da Florida,
da Costa del Sol, na Espanha, a Golden Coast da Austrália e o litoral do Rio de
Janeiro” disse Orrin Pilkey ao jornal britãnico “The Guardian”.
Em “The Last Beach”, os geólogos também afirmam
que, ironicamente, as paredes de concreto erguidas pelo homem para proteção
contra as tempestades e elevação das águas servem apenas para acelerar o
processo de erosão da linha costeira.
Pilkey e Cooper também argumentam que o ideal
seria preservar ao máximo as praias como ambiente natural, longe da intervenção
humana. Segundo eles, dunas e longas faixas de areia das praias funcionam muito
melhor na contenção de tempestades do que paredes de concreto.
“A praia é uma defesa natural maravilhosa
contra as forças do oceano. Elas absorvem a energia das ondas do mar,
reduzindo-as a um movimento oscilante suave ao longo no litoral. Tempestades
não destroem praias; apenas mudam sua forma e localização, movendo-se em torno
da areia para maximizar a absorção de energia das ondas e, em seguida,
recuperar a linha costeira nos dias, meses e anos que se seguirem”, garante
Pilkey.
Como o aumento do nível do mar contribui para
os danos causados pelas tempestades, cada vez mais freqüentes devido às
mudanças climáticas, o recuo das habitações ao longo do litoral se tornaria um
“imperativo, mas quase impossível”.
“Vamos ter de recuar [a partir da costa]. Não
há escolha. Em termos puramente econômicos, será impossível defender tudo. A
defesa de cidades como Londres ou Rotterdam na Europa indicam que não haverá
dinheiro para todas as outras habitações menores”, Cooper.
Fonte: Veja e VG
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