quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O desejo de comer açúcar é causado por uma enzima



Enzima promove o desejo de glucose.

O nosso desejo de glucose está, obviamente, ligado a uma proteína específica no cérebro. Este é o resultado de um estudo britânico que foi publicado na revista "Journal of Clinical Investigation". Isto pode levar a uma nova via para o tratamento da obesidade.

Pesquisadores do Imperial College London tinham criado a hipótese de que a enzima glicoquinase pode desempenhar um papel na promoção do desejo de glucose. A glicoquinase pode detectar a glucose no fígado e no pâncreas, além de também estar presente no hipotálamo. Até o momento, o seu papel não era claro.

Ao estudar ratos, a equipe descobriu que a atividade da glicoquinase no hipotálamo aumentou acentuadamente nos animais que não tinham comido por 24 horas. Outros estudos mostraram que os ratos cuja atividade da glicoquinase foi aumentada por um vírus, quando lhes era dada a opção, consumiam bastante mais solução de glucose do que a sua comida normal. Quando os níveis de glicoquinase foram diminuídos, os animais consumiram menos glucose.

"Nossos cérebros dependem fortemente da glucose para produzir energia. Ela é claramente um nutriente muito importante, mas em nosso passado evolutivo [segundo a teoria da evolução], ela pode ter sido difícil de encontrar. Portanto, temos uma preferência profundamente enraizada por alimentos ricos em glucose e em procurá-los", explicou o líder do estudo, James Gardner.

Uma mudança na dieta poderia reduzir o desejo de glucose, acreditam os pesquisadores. Eles também acham que um medicamento, que tenha como alvo esta enzima, poderia potencialmente prevenir a obesidade.

Fonte:APA-MD


Nota do NEFROADVEN:

A ciência já sabe que há um aumento de consumo do açúcar por demanda, ou seja, quanto mais açúcar uma pessoa consome, mais ela deseja. Há um "feedback" positivo, portanto, para o aumento no consumo do açúcar. Falta agora determinar se a glicoquinase aumentaria na mesma proporção de demanda. Se isto for provado, cairá por terra a teoria do próprio Dr. Gardner de que no período evolutivo o homem tinha escassez de açúcar.

A humanidade nunca precisou fabricar açúcar refinado para sobreviver. O consumo de açúcar no passado era feito de forma natural (açúcar das frutas, mel, beterraba, etc) e soma uns quinhentos anos o surgimento do açúcar refinado, maior causador de obesidade em seres humanos. Desta forma, é difícil acreditar na teoria do Dr. Gardner de que era difícil conseguir açúcar no período evolutivo do homem, pois se assim o fosse, a humanidade não teria sobrevivido e se multiplicado com tanta facilidade como mostra a história.

Mário Lobato



Nenhum comentário:

Postar um comentário