sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sabonete de higiene feminina aumenta exposição a substâncias prejudiciais


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Mulheres que usam produtos de higiene feminina, como sabonetes direcionados à área vaginal, podem aumentar sua exposição a substâncias químicas prejudiciais, como ftalatos. Além disso, mulheres negras têm um risco até maior pelo uso frequente destes produtos, de acordo com um estudo publicado, nesta terça-feira, no periódico “Environmental Health”.

— Essas substâncias podem alterar a ação hormonal e estão associados a sérios problemas de saúde — afirmou a coordenadora do estudo, Ami Zota, professora assistente de saúde ocupacional e meio ambiente na Universidade de Washington. — Esta descoberta levanta questões sobre a segurança e os benefícios à saúde destes produtos e outros usados no entorno da área vaginal.

Ftalatos são encontrados em muitos itens de cuidados pessoais em drogarias, e estão associados com muitos problemas de saúde, explica Zota, como no fígado, rins e pulmão, além de anormalidades no sistema reprodutivo.

O estudo analisou 739 mulheres com idades entre 20 e 49 anos que participaram de uma pesquisa nacional e responderam perguntas sobre o uso de produtos de higiene feminina. Os pesquisadores sabiam que o ftalatos podiam ser absorvidos através da pele da vagina e, em seguida, eliminados do organismo. Os pesquisadores olharam então a concentração dessa substância em amostras de urina das participantes.

Zota e seus colegas descobriram que o hábito estava associado a maiores níveis de ftalatos na urina. Na verdade, mulheres que reportavam terem usado o produto no mês anterior tinham 52% a mais de concentração da substância.

Mulheres negras tiveram maior risco de exposição, porque elas usavam o produto com mais frequência. Quase 40% das negras responderam terem usado o sabonete no mês anterior, comparado a 14% de brancas.

O estudo não consegue relacionar diretamente os ftalatos dos produtos femininos a problemas de saúde. Novas pesquisas serão necessárias para estabelecer esta conexão, segundo Zota.

Algumas associações e especialistas de saúde recomendam que se evite o uso de sabonete íntimo, porque a prática foi associada com maior risco de infecção vaginal, doenças inflamatória pélvica, problemas durante a gravidez. Ele ainda esconde possíveis infecções, que podem se transformar em problemas mais sérios.

— Este estudo oferece outra peça às evidências científicas que mostram por que precisamos saber mais sobre estas substâncias e seus riscos à saúde antes que elas entrem em nosso organismo — afirmou a coautora do estudo, Tracey Woodruff, professora de obstetrícia, ginecologia e ciência reprodutiva na Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). — É fundamental que tenhamos políticas públicas para garantir que estes produtos sejam seguros.

O estudo analisou a associação entre ftalatos e seus diferentes tipos de produtos femininos, incluindo absorventes, lenços, spray, mas apenas encontrou essa relação com os sabonetes femininos.



FONTE: O GLOBO


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mais um benefíciuo do Café: Alteração nos hábitos de consumo de café e o risco de comprometimento cognitivo: The Italian Longitudinal Study on Aging


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Acredita-se que o consumo de café, chá ou cafeína pode proteger contra o prejuízo cognitivo e a demência. Em estudo, publicadoonline pelo Journal of Alzheimer’s Disease, estimou-se a associação entre a alteração e a constância nos hábitos de consumo de café e a incidência de comprometimento cognitivo leve (do inglês “mild cognitive impairment“ ou MCI).

Pesquisadores da University of Bari Aldo Moro, Geriatric Unit & Laboratory of Gerontology and Geriatrics, IRCCS “Casa Sollievo della Sofferenza” e Istituto Superiore di Sanità (ISS), na Itália, avaliaram 1.445 indivíduos recrutados a partir de 5.632 indivíduos, com idades entre 65 a 84 anos de idade, a partir do Italian Longitudinal Study on Aging, uma amostra de base populacional de oito municípios italianos com um uma média de acompanhamento de 3,5 anos.

Idosos cognitivamente normais que habitualmente consumiam quantidade moderada de café (1 a 2 xícaras de café/dia) tiveram uma menor taxa de incidência de MCI do que aqueles que nunca ou raramente consumiam café [1 xícara/dia: taxa de risco (HR) 0,47, intervalo de confiança de 95% (IC) 0,211-1,02 ou 1 a 2 xícaras/dia: HR 0,31 IC 95% 0,13-0,75]. Para indivíduos idosos cognitivamente normais que mudaram seus hábitos de consumo de café, aqueles que aumentaram o consumo de café (>1 xícara de café/dia) apresentaram maior taxa deincidência de MCI em comparação com aqueles com hábitos constantes (até ± 1 xícara de café/dia) (HR: 1,80; IC 95%: 1,11-2,92) ou com aqueles com consumo reduzido (<1 xícara de café/dia) (HR: 2,17, IC 95%: 1,16-4,08).

Finalmente, não houve associação significativa entre indivíduos com níveis mais elevados de consumo de café (>2 xícaras de café/dia) e a incidência de MCI em comparação com aqueles que nunca ou raramente consumiam café (HR: 0,26; IC 95% 0,03 a 2,11). Em conclusão, os indivíduos mais idosos cognitivamente normais que aumentaram seu consumo de café tiveram uma maior taxa de desenvolvimento de MCI, enquanto que o consumo moderado de café de forma constante ao longo do tempo foi associado a uma taxa reduzida deincidência da MCI.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Aquecimento Global que nada!


A plataforma de gelo Wilkins e um grande conjunto de icebergs e fragmentos de geleiras flutuando no mar na Antártica

O aquecimento global desacelerou?

Estudo da NASA publicado na revista Science explica o suposto "hiato" do aquecimento: o calor absorvido pelos oceanos teria se transferido de águas rasas do Pacífico para camadas mais profundas dos oceanos Índico e Antártico. É esse fenômeno que faz com que haja uma aparente redução no ritmo das mudanças climáticas que afetam a Terra.

O planeta está esquentando, não há como negar. Desde 1880, quando começaram os registros formais, a temperatura subiu 0,8 grau, e dois terços desse aumento aconteceu nos últimos 40 anos. Não só treze dos catorze anos mais quentes já documentados ocorreram neste começo de século, como 2014 bateu o recorde dos registros. Detecta-se hoje, porém, um fenômeno que intriga cientistas. Apesar de o calor planetário crescer ano a ano, o ritmo desse aumento vem diminuindo. Isso vai na contramão das previsões de climatologistas, que apontavam que quanto maior fosse a emissão de gás carbônico (o CO2) na atmosfera, índice que só sobe, maior seria também o fator de elevação da temperatura da Terra. A esse estranho acontecimento foi dado o nome de "hiato", justamente por representar uma aparente pausa no aquecimento. Na quinta-feira passada, porém, a Nasa, a agência espacial americana, finalmente achou uma resposta para esse fenômeno que negaria as estimativas catastróficas de ambientalistas, e poderia jogar uma pá de cal nos esforços conservacionistas para tentar limitar os efeitos negativos das mudanças climáticas. Em resumo, os pesquisadores da Nasa descobriram que é só aparente a redução no ritmo do aquecimento global.

O hiato era utilizado por estudiosos "céticos" como o principal argumento contrário à ideia da existência de aquecimento global. Diferentemente do que é mais aceito pela comunidade científica, esse grupo não credita as mudanças climáticas à atividade humana, que tem lotado a atmosfera com gases de efeito estufa por meio, por exemplo, da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Para os céticos, fatores naturais explicariam a oscilação de temperatura, como ciclos esperados do clima da Terra, ou ainda a inconstante atividade do Sol.


O estudo da Nasa publicado na revista americana Science acaba com argumentos dos céticos. 
Segundo cálculos da agência espacial americana, o calor acumulado nos últimos anos na atmosfera e pela água dos mares se deslocou para camadas mais profundas dos oceanos. Esse calor, porém, deve voltar à superfície a curto prazo, aumentando bruscamente a temperatura global. Ou seja, não é que o aquecimento passa por um hiato. As mudanças climáticas continuam a todo vapor, só não se sabia onde estava armazenada parte substancial do calor acumulado nas últimas duas décadas.


Uma análise de dados coletados por satélites da Nasa mostrou que os oceanos têm absorvido grande quantidade de calor ao longo do tempo. Os pesquisadores analisaram a distribuição de calor no planeta e descobriram que, ao menos desde 2003, as águas quentes que ocupavam os primeiros 100 metros a partir da superfície do Oceano Pacífico resfriaram - o que condiz com a teoria da pausa do aquecimento. Porém, e aí está a novidade, essa perda de calor foi compensada com o aquecimento de águas mais profundas, de até 300 metros a partir da superfície, nos oceanos Índico, Antártico e do próprio Pacífico.

"Ainda não entendemos esse mecanismo por completo. Mas podemos afirmar que o resfriamento da superfície nos iludiu. Nos próximos anos o calor regressará às águas rasas e à atmosfera", disse ao site de VEJA a espanhola Veronica Nieves, física da NASA e uma dos autores do estudo. "A oscilação, combinada ao fato de que estamos fornecendo calor extra para a atmosfera por meio das emissões de gases estufa, indica que o aquecimento vai acelerar novamente", completa.

A descoberta deve ser agora incluída nos modelos climáticos utilizados por cientistas para prever o aquecimento e seus efeitos em diferentes cenários de emissões de gases estufa. A conclusão é importante ainda por revelar com mais detalhes como os oceanos agem como reguladores da temperatura do planeta. "Se não fosse pelos mares, a atmosfera teria aquecido mais de 1,5 graus nos últimos 150 anos, e não 0,8 grau, agravando a situação já ruim", diz o climatologista Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo. "O problema é que, ao absorver o calor excessivo da atmosfera, os oceanos também estão sendo fortemente afetados, com alterações nas correntes oceânicas, na salinidade e na acidez da água."

O debate sobre as mudanças climáticas teve idas e vindas. Enquanto se acumulavam evidências de que o aumento das temperaturas estaria ligado à emissão de gases estufa pelo homem, os céticos se opunham opor à explicação. A tese desse grupo ganhou força no fim dos anos 2000, quando aconteceu o escândalo apelidado de "climategate". Em 2009, mais de 1 000 e-mails de cientistas e ambientalistas foram hackeados e divulgados na internet. Trechos dos e-mails sugeriam que os pesquisadores haviam manipulado, ou mesmo escondido, dados, além de negar acesso público às informações e impedir a divulgação de artigos científicos com posição diferente da deles. Em outras palavras, maquiaram informações para solidificar as teses mais extremas sobre as mudanças climáticas.

Pouco depois, outro escândalo sobre o assunto surgiu. Revelou-se que um relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU, continha alegações mentirosas sobre os glaciares do Himalaia, com cálculos que indicavam que eles derreteriam até 2035. Georg Kaser, glaciólogo que apontou a falha, afirmou que "o dado não estava apenas um pouco errado, mas muito fora de qualquer ordem de magnitude".


Os dois casos tiveram impacto profundo na Cúpula do Clima que aconteceu em Copenhague, em dezembro de 2009, considerada um fracasso pelos ambientalistas por não ter representado avanço nas discussões para um acordo que levaria à diminuição significativa da emissão de CO2 pelos países envolvidos nas negociações. A reputação do IPCC e dos cientistas que defendiam o aquecimento global também foi abalada, mesmo depois de a instituição ter reconhecido as falhas e se desculpado por elas, e de as investigações instauradas para averiguar o climategate reconhecerem que os cientistas eram inocentes das acusações.

Desde então, estudiosos vêm se esforçando para mostrar que a ameaça das mudanças climáticas é muito maior do que as polêmicas que apareceram no caminho. Em seu último relatório, divulgado entre 2013 e 2014, o IPCC determinou critérios mais rígidos para selecionar quais estudos levaria em consideração. A revisão foi extensa, com três rodadas de análise resultando em 54 000 comentários de revisores, o dobro dos recebidos na versão anterior. Até os dados que projetavam o aumento de temperatura em diferentes cenários foram mais cautelosos, apontando para uma elevação que deve variar de 1 a 3,7 graus até o final do século - no relatório anterior, essa escala ia de 1,8 a 4 graus. O órgão, porém, foi taxativo no mais importante: definiu a possibilidade de o homem ser o maior causador do aquecimento global em 95%, um aumento de 5% em relação ao trabalho anterior.

A questão do "hiato", porém, ainda se mostrava como um desafio para os ambientalistas. Não havia explicações críveis para a aparente pausa do aquecimento global nas últimas duas décadas. A descoberta da Nasa, portanto, é fundamental. Sim, há aquecimento global, e seu ritmo deve voltar de forma ainda mais intensa justamente em consequência desse "hiato", que acabou por armazenar calor em áreas mais profundas dos oceanos.

Com isso, os céticos terão de repensar seus argumentos - ou mudar de opinião. Como fez, em 2012, o climatologista e físico Richard Muller, pesquisador que até então integrava o grupo de descrentes, mas que reconheceu, em artigo publicado no New York Times, que a melhor explicação para o aquecimento do planeta é mesmo a emissão de gases de efeito estufa pelo homem. Resta saber se esse posicionamento vai se refletir na conversa que governantes de todo o mundo terão em Paris, no fim do ano, durante a Cúpula do Clima, na qual se estabelecerá o acordo climático que substituirá o defasado Protocolo de Quioto na regulação global da emissão de gases de efeito estufa. Assim como fez o Brasil na semana passada, todos os países devem apresentar metas com antecedência para que o diálogo em Paris já comece adiantado. "Este trabalho da Nasa é mais uma contribuição para a discussão e espero que ajude a criar um consenso definitivo", diz a pesquisadora Veronica Nieves.

FONTE: VEJA

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cafeína pode ser usada contra a depressão


Café: bom para a memória, ânimo e combate contra a depressão Foto: Fábio Seixo / Agência O Globo

Não é só de impressão: a cafeína realmente ajuda a melhorar o ânimo e a memória, e pode até combater sinais de depressão. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Universidade de Coimbra, em Portugal, e apresentada nesta sexta-feira no 9º Congresso Mundial de Neurociência da Organização Internacional de Pesquisa do Cérebro (IBRO, na sigla em inglês), no Rio de Janeiro. No estudo, pesquisadores identificaram em camundongos que a substância é capaz de inibir os receptores que provocam diversos sintomas da depressão, uma das doenças com maiores custos socioeconômicos do mundo ocidental.

Publicado no mês passado no periódico científico "Proceedings of the National Academy of Sciences", nos EUA, o estudo liderado pelo neurocientista português Rodrigo Cunha contou ainda com a participação de quatro pesquisadoras brasileiras: Manuella Kaster e Ana Lúcia Rodrigues, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); além de Ana Paula Ardais e Lisiane O. Porciúncula, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

No estudo, dois grupos de ratinhos foram submetidos a sucessivas situações negativas e extremas de estresse, como privação de água e exposição a baixas temperaturas, durante três semanas — mas só um dos grupos recebeu doses diárias de cafeína.

Ao final do período, os cientistas observaram que enquanto o grupo que não consumiu a substância passou a apresentar alterações de comportamento como imobilidade, ansiedade, perda de prazer e sociabilidade e deterioração de memória — todos sintomas típicos de depressão —, os animais que receberam café foram menos impactados por esses efeitos.

— A partir daí, nosso passo seguinte foi tentar identificar como a cafeína atuava ao nível molecular para inibir os efeitos da depressão. Suspeitávamos que os receptores A2A para adenosina, que funcionam como uma espécie de sinal de estresse para o organismo, tivessem um papel importante para a doença, e foi isso que conseguimos confirmar — afirma Rodrigo Cunha.

Depois de observar que os ratos com sinais de depressão passaram a apresentar uma maior atividade dos A2A para a adenosina, os pesquisadores passaram a aplicar nestes animais a istradefilina, uma fármaco da família da cafeína que inibe a atuação desses receptores. O resultado? Os camundongos passaram a apresentar melhorias significativas em apenas três semanas, voltando o seu comportamento a níveis semelhantes ao grupo de animais saudáveis.

— Trabalhos anteriores já mostravam que a cafeína possui um papel na recuperação da memória e na capacidade de locomoção para pacientes de doenças como Parkinson e Alzheimer, mas nosso trabalho foi o primeiro a mostrar como essa substância também pode ser muito importante combater modificações de humor nos animais — explica Cunha.

NOVOS TRATAMENTOS CONTRA A DEPRESSÃO

A expectativa do pesquisador agora é realizar um estudo semelhante em humanos:
— Nossa grande esperança é confirmar esse efeito em humanos e aí criarmos novos remédios para a depressão. Só na Europa esta doença tem um custo socioeconômico estimado em cerca de € 300 bilhões por ano. No momento, estamos em fase de captação de recursos para o novo estudo, que deve ser mais demorado e caro do que este primeiro, já que será realizado com pessoas.

DUAS A TRÊS XÍCARAS DE EXPRESSO

Para aqueles que desejam aderir ao cafezinho para melhorar a memória, ou simplesmente se animar mais, o neurocientista faz algumas recomendações:

— Em geral, de 2 a 3 xícaras de expresso, de 12 ml com cerca de 75mg cafeína cada uma, por dia são capazes de provocar alguns benefícios. No entanto, isso varia de pessoa para pessoa, já que a sensibilidade à substância é particular a cada um. Agora, o consumo de cafeína não é recomendado para pessoas com problemas de gastrite e mulheres grávidas.


FONTE: O GLOBO


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Calorias causam o vício em açúcar


Doces despertam desejos compulsivos, mas não é o sabor que alimenta a gula. E, sim, uma vontade maior do que a razão. Biológica e poderosa ao ponto de se transformar em vício. O cérebro tem compulsão pela quantidade de calorias, e não pelo gosto doce. O açúcar parece irresistível porque é altamente calórico, e não por ser gostoso, preconiza uma nova teoria sobre a forma como nos alimentamos e engordamos.



Este seria o motivo de adoçantes não despertarem o mesmo apetite que o açúcar comum, por mais que seu sabor procure se aproximar do sabor do outro. O que conta não é o gosto, mas a quantidade de calorias. A tese é defendida pelo grupo do neurocientista Ivan de Araújo, que investiga como alimentos calóricos estimulam os centros de recompensa do cérebro.

Professor dos departamentos de Psiquiatria e de Fisiologia da Universidade de Yale, nos EUA, Araújo procura explicações para a epidemia global de obesidade. Suas pesquisas estão entre os destaques do IX Congresso Mundial da Organização Internacional de Pesquisa do Cérebro (Ibro 2015), que levará ao Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, de terça a sábado da semana que vem, os maiores especialistas do mundo em neurociência.

— Mesmo sem perceber, buscamos calorias — afirma o pesquisador, que chefia o programa de Neurobiologia da Alimentação do Laboratório John B. Pierce, também de Yale.

Acumular calorias para o cérebro significa ter energia suficiente para coisas básicas, como a fertilidade e a reprodução. Calorias são energia e o corpo humano possui um sistema complexo, resultado da seleção natural. Seu papel é acumular a energia dos alimentos. A falta de comida acompanhou a Humanidade por milhares de anos. A abundância de alimentos é recente, insignificante em termos evolutivos.

— O resultado é que temos corpos não adaptados à vida contemporânea, em que a comida é abundante e extremamente calórica. Há todo um sistema biológico preparado para captar calorias. Ele surgiu porque na natureza a comida é escassa. Nosso estilo de vida mudou, mas o sistema continua lá — salienta Araújo.

O cientista e seu seu grupo descobriram que o açúcar ativa uma região do duodeno (parte do intestino delgado) que envia sinais específicos ao cérebro. O duodeno comunica aos centros de recompensa do cérebro — que nos proporcionam sentir prazer e saciedade — que um alimento é calórico. Os pesquisadores também descobriram que o cérebro tem um grupo específico de neurônios sensíveis ao açúcar. Ingerir açúcar deflagra a liberação de dopamina, que dá a sensação de prazer e faz com que desejemos ainda mais doces. É por isso que eles provocam satisfação. Quanto mais comemos, menos sensível o sistema se torna e mais açúcar é necessário para liberar dopamina.

O cérebro de uma pessoa que engorda funciona como o de dependentes em uma droga qualquer, que precisa cada vez mais desta para obter o mesmo prazer. Um ciclo vicioso que, para Araújo, só pode ser quebrado com reeducação alimentar. E, nos casos extremos, de obesidade severa, cirurgias bariátricas que reduzam o duodeno.

— Assim, menos calorias seriam captadas, e a pessoa mudaria o comportamento e passaria a querer menos alimentos engordativos — explica o cientista.

Ele começou o estudo com camundongos transgênicos modificados para não perceberem o sabor doce. Os camundongos que não sentem o gosto do doce, porém, são tão loucos por açúcar quanto os roedores comuns. E não se deixam enganar por adoçantes, ignoram o produto como o fazem com alimentos menos calóricos e dão preferência aos que têm açúcar.

— Adoçantes não tiveram o sucesso esperado porque não enganam o cérebro e não saciam nossa vontade de comer doces. Para nós, isso acontece porque não são calóricos — frisa Araújo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pesquisa: maioria dos brasileiros não lê nem um livro por ano


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Pesquisa da Fecomércio-RJ mostrou que 70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014
Uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio (Fecomércio) do Rio de Janeiro aponta que 70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014. O dado é alarmante, segundo especialistas. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, por exemplo, em 2006, a média de leitura fora da escola era de 5,1 livros por ano. Na França, a média foi de 7 livros lidos, na Inglaterra 4,9 e na Colômbia 2,4.

Mas por que o Brasil lê tão pouco? De acordo com o ZH Entretenimento, as respostas de professores e escritores passam, inevitavelmente, pelo investimento que é feito em estudo, pela falta de vontade política, pelo processo de alfabetização tardio e pela própria cultura do povo brasileiro, mais oral do que textual.

A professora Regina Zilberman, do Instituto de Letras da UFRGS, lembra que as crianças brasileiras passaram a ser alfabetizadas de maneira séria há menos de 100 anos. “Nós ignoramos a alfabetização por boa parte da nossa história. A obrigatoriedade é de meados de 1930, não tem 100 anos. Ou seja, saímos atrasados em relação a outros países. E no Brasil existe a cultura da oralidade muito mais forte do que a cultura letrada, como há na Europa. No continente europeu, o livro sempre desempenhou um papel importante, inclusive religioso. Aqui, não”, esclarece a especialista ao site. Regina lembra ainda que há uma tentativa de popularização do livro, mas que o preço de uma obra ainda é alto.

Fonte: Notícias ao Minuto e VG


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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Presidente do CFM fala acerca da mobilização contra o decreto presidencial





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Dormir o suficiente melhora a resistência ao estresse da memória de longo prazo


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Dormir o suficiente protege contra o estresse a memória de longo prazo, diz um pequeno estudo sueco publicado na revista “Sleep”. De acordo com os autores do estudo, quando os participantes dormiam muito pouco e depois eram sujeitos a situações estressantes, eles alcançavam pontuações menores nos testes seguintes de memória.

Para o estudo, os pesquisadores da Universidade de Uppsala fizeram os 15 participantes adultos jovens do sexo masculino aprender a localização de 15 pares de cartas em uma tela de computador, após o que, eles poderiam dormir por oito horas em uma sessão e durante quatro horas em outra. Na manhã seguinte, foi pedido aos sujeitos que lembrassem o máximo possível das localizações dos pares de cartas. No início, não houve diferença entre as pontuações do teste, mostrando que o sono de metade da noite não causou impacto no desempenho dos participantes no teste.

Porém, depois que os participantes foram submetidos a uma situação estressante por 30 minutos - por exemplo, tendo que lembrar de uma lista de palavras recentemente aprendida enquanto eram expostos a barulho - e, então, eram testados novamente, aqueles que haviam dormido apenas a metade da noite lembraram cerca de 10 por cento menos dos pares de cartas do que aqueles que haviam dormido por oito horas, e tiveram um desempenho tão bom quanto antes da situação de estresse.

“Nossos achados indicam que oito horas de sono, conforme recomendado por muitos especialistas, não apenas estimula a memorização de informações recentemente aprendidas, mas também facilita o acesso à memória de longo prazo em situações estressantes, que podem ocorrer no trabalho ou em provas”, disse o líder do estudo Christian Benedict.

FONTE: SLEEP via MSD


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Screening do câncer de intestino grosso cada vez mais eficaz


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Um rápido exame de fezes para uma enzima específica aparentemente é capaz de detectar câncer colorretal com alto nível de exatidão. De acordo com um estudo realizado na Malásia e publicado na revista “PLOS One”, a exatidão do teste é muito alta tanto em pessoas com a doença como em pessoas saudáveis.

Com esse método, as fezes são examinadas quanto à presença da enzima M2-PK (piruvato quinase M2). A enzima somente é encontrada no tecido fetal e tumoral. Cientistas da Universidade da Malásia (Kuala Lumpur) estudaram a eficácia do teste em 100 pacientes com câncer colorretal e um grupo controle baseado em uma população de 200 pessoas saudáveis.

De acordo com os pesquisadores, a taxa de detecção do tumor chegou a 93 por cento. Além disso, o teste classificou 97,5 por cento das pessoas saudáveis como realmente saudáveis. A exatidão geral do teste M2-PK foi de 96 por cento.

Mais ainda, os pesquisadores descobriram que as taxas de detecção eram muito altas para os tipos de câncer colorretal do lado direito e também do lado esquerdo. O estágio do tumor não influenciou a exatidão do diagnóstico.


FONTE: MSD


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Aroma de doces aumenta a vontade de comer guloseimas


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Segundo um novo estudo, pessoas que são expostas a um cheiro doce e gorduroso tendem a escolher uma sobremesa altamente calórica.





Sentir um cheiro doce e gorduroso - como o de um croissant de chocolate recém-assado - aumenta as chances de uma pessoa escolher uma sobremesa altamente calórica. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Appetite.

No estudo, pesquisadores testaram se acontecimentos anteriores, como sentir o cheiro de algo delicioso, poderia afetar de forma inconsciente a escolha alimentar de uma pessoa posteriormente.
Antes dos 147 participantes do estudo serem avisados que o experimento havia começado, os pesquisadores os dividiram em quatro grupos, que foram encaminhados para salas diferentes, onde deveriam sentar e esperar por 15 minutos.

O primeiro grupo (o de controle) ficou esperando em uma sala comum. Um segundo grupo foi encaminhado para uma sala onde havia um croissant de chocolate recém-assado. No mesmo local, havia também um dispositivo que exalava uma fragrância com o cheiro da guloseima. O terceiro grupo foi colocado em uma sala só com o doce, mas com um rádio que transmitia um programa sobre os perigos nutricionais de ingerir alimentos gordurosos. Por fim, o último grupo ficou em uma sala com o cheiro do croissant, mas que também transmitia o programa de rádio.

Em seguida, todos os participantes foram levados para uma sala com um buffet, onde poderiam escolher livremente uma opção de entrada, prato principal e sobremesa. Aqueles que tinham sentido involuntariamente o odor doce e gorduroso do croissant mostraram maior tendência a escolher sobremesas altamente calóricas, como um waffle, em comparação com as pessoas que não tinham sido expostas ao ambiente perfumado.

Para surpresa dos pesquisadores, os participantes que ficaram na sala com a transmissão de mensagens nutricionais também optaram por sobremesas de alto teor calórico, como é o caso do grupo quatro (que sentiu o cheiro e ouviu a mensagem).

"Podemos supor que as pessoas estão expostas a centenas de mensagens publicitárias e nutricionais todos os dias e por isso podem não prestar atenção em todas. Isso faz com que, ao invés de memorizarem a informação de seguir uma alimentação saudável a partir do programa de rádio, os participantes podem ter simplesmente focado nas palavras "gordo" e "doce" e por isso optaram por alimentos mais calóricos", disseram os autores.

Embora este tenha sido um estudo pequeno, os pesquisadores ressaltam que os resultados trazem pistas sobre fatos inconscientes do dia a dia, mas que estão influenciando as escolhas alimentares das pessoas.


FONTE: VEJA