quarta-feira, 23 de abril de 2014

Você já dosou a sua Creatinina?


Creatinina é um exame laboratorial dosado no sangue, importante para quantificar, de forma estimada, a função dos rins. O valor normal varia com a idade, a massa muscular, o peso, o gênero e a raça, podendo ser também medida através da urina de 24 horas (Clearance de Creatinina). De acordo com o resultado da creatinina, faz-se um cálculo estimado da função renal, sendo que todo aquele que apresentar um valor de Clearance de Creatinina < 60ml/min/1,73m² SC é considerado portador de doença renal crônica (DRC), antigamente conhecida por insuficiência renal crônica. Na prática, quanto maior for o resultado da creatinina no sangue, pior é a função dos rins.

Todo ano, o número de pessoas com alguma disfunção (alteração) no funcionamento renal aumenta. Em 2002 eram 48.806 pacientes em tratamento dialítico no Brasil. Em 2012, este número dobrou: foram cerca de 97 mil pacientes submetidos à diálise no Brasil. Estima-se que em 2018 mais de 150 mil pacientes estejam dependentes do tratamento de diálise. O problema não para por aí. Mais de 10 milhões de pessoas, que não se submetem à diálise, apresentam alguma disfunção renal. Se formos somar este grupo às pessoas que estão na faixa de risco relativo para a DRC (os diabéticos, os hipertensos, os obesos, os idosos e os parentes de pessoas portadoras de doença renal), hipoteticamente chegamos a um número alarmante de cerca de 35 milhões de pessoas com sérios riscos de ingressarem na diálise.

Diversos são os problemas de saúde que afetam o funcionamento dos rins, culminando na perda progressiva parcial ou completa da função renal. Entre as principais estão o Diabetes mellitus e a Hipertensão Arterial que, juntas, levam até 70% dos pacientes para o tratamento renal substitutivo (Hemodiálise, Diálise Peritoneal ou Transplante Renal). Outras doenças que predispõem ao aparecimento de doença renal crônica são o Lupus Eritematoso Sistêmico, Doença Renal Policística, Cálculos Renais frequentes, Infecção do Trato Urinário recorrente e uso indiscriminado de medicamentos, especialmente os anti-inflamatórios não hormonais, como Diclofenaco, Nimesulida e Cetoprofeno.

Sinais e Sintomas de Disfunção Renal
Alteração na cor da urina
Dor ou ardor na urina
Passar a urinar toda hora
Inchaço dos tornozelos ou ao redor dos olhos
Urinar mais de 1x à noite e Dor lombar
Náuseas e vômitos frequentes pela manhã
Pressão sanguínea elevada
Anemia (palidez anormal)
Fraqueza e desânimo constante

Diante de tanta facilidade para o homem adoecer em um mundo caído, a prevenção ainda é o melhor remédio.


Mário Lobato.
Médico Nefrologista Especialista 
em Hipertensão Arterial Sistêmica

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