O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, fez estudo que revelou que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos de idade está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os obesos entre os meninos chegam a 16,6%, e as meninas somam 11,8%. Se nada for feito para mudar esse quadro, a OMS estima que, até o ano de 2025, haja 75 milhões de crianças com sobrepeso e obesidade no Brasil.
Um dos fatores que leva a obesidade entre
crianças e adolescentes é o consumo de fast-food. A nutricionista e
coordenadora do curso de Nutrição do UniCEUB, Karina Aragão, explica que a
preferência da população – começando pelos adultos, propagandas e o sabor
agradável são algumas das razões para o início precoce do consumo de fast-food
na infância e a perpetuação na adolescência.
“Este tipo de hábito alimentar acompanha o
modelo globalizado de alimentação”, diz ela.
A nutricionista chama a atenção para os
problemas de saúde e psicológicos que a obesidade pode causar:
“Diversos estudos vêm demonstrando que
crianças acima do peso apresentam transtornos psicológicos como depressão,
ansiedade e dificuldade de ajuste social. Diversas vezes indivíduos obesos
sofrem estigmatização social e discriminação, podendo impactar negativamente em
sua qualidade de vida”, explica a especialista do UniCEUB, acrescentando outros
problemas de saúde causados pelo consumo exagerado de fast-food: “Considerando
que esses alimentos são ricos em gordura saturada, gordura trans e açúcar, mas
com boa palatabilidade, as crianças tendem a querer consumir com alta
frequência e a exposição a estes componentes predispõe ao estresse oxidativo,
favorecendo o desenvolvimento de resistência à insulina e dislipidemia, o que
gera aumento precoce do risco cardiovascular”.
O ideal, de acordo com Karina Aragão, é que
crianças e adolescentes não consumam ou evitem ao máximo a ingestão de
fast-food. Porém, segundo ela, comidas com alto teor de gordura e doces são
servidos em contextos positivos, como recompensas e comemorações, fazendo com
que haja a associação desses alimentos com algo positivo, o que reforça o
consumo.
“Por outro lado, as crianças são forçadas a
ingerir alimentos mais saudáveis, como hortaliças, verduras e legumes, causando
na maioria das vezes a recusa por associarem a algo negativo, como a briga dos
pais para que elas comam saudavelmente”, afirma a nutricionista.
No dia a dia a especialista recomenda que
sejam evitados os alimentos industrializados, frituras e o consumo de sal e
açúcar.
“Não há motivo para adoçar um suco de
abacaxi, por exemplo. Mas o que não deve ser feito é tornar a alimentação
saudável algo obrigatório e os alimentos industrializados algo proibido, porque
o resultado é desastroso”, alerta.
Para a mudança dos hábitos alimentares,
Karina Aragão recomenda que os pais introduzam no cardápio dos filhos frutas,
sejam elas isoladas ou combinadas com outras ou ainda com castanhas, vitaminas
de frutas com leite, variando as preparações e evitando a monotonia. Os
sanduíches também são boas opções quando montados com pães com menor teor de
gordura e menos aditivos, uma fonte de proteína magra como queijo branco ou
frango desfiado, acompanhado de salada.
“Quem opta por comer em lanchonetes e
restaurantes deve priorizar os pratos saudáveis, como saladas e frutas,
alimentos ricos em fibras e pobres em açúcar, sal e gordura ruim e,
principalmente, ser disciplinado. O ideal é preparar o próprio lanche em casa
para não ficar refém do que estes locais oferecem. Planejamento é a palavra-chave”,
afirma a nutricionista, que chamou a atenção ainda para os piores alimentos
para o cardápio das crianças: “Refrigerantes são péssimos. Além de ricos em
açúcar e sódio, contêm aditivos químicos que prejudicam, por exemplo, o
aproveitamento do cálcio. Salsicha, nuggets, salgadinhos de pacote e macarrão
instantâneo são ricos em sódio e gordura e pobres em nutrientes. Alimentos que
parecem saudáveis e não são, como sucos industrializados “de caixinha” e
cereais matinais também são repletos de sódio, aditivos químicos e pobres
nutricionalmente. Por isso, o melhor é aprender a ler os rótulos dos alimentos
para não cair nas armadilhas”.
Fonte: VG e Notícia ao Minuto
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